CAPIBA

Musical do Aria Social explora imensidão artística de Capiba

"Capiba - Pelas Ruas Eu Vou", realizado pelo Aria Social, será apresentado em sessões no Teatro de Santa Isabel em outubro e em novembro

Musical "Capiba - Pelas Ruas Eu Vou"Musical "Capiba - Pelas Ruas Eu Vou" - Foto: Melissa Fernandes/Folha de Pernambuco

Era “apenas” um ensaio, assistido por esta que subscreve as linhas a seguir. Mas tão logo os acordes do trombone deram o tom e a história de Capiba começou a ser contada em voz, dança, teatro e um leque de ritmos, a emoção aflorou em lágrimas contraditoriamente sorridentes, provocadas por algumas dezenas de jovens tomados pela arte de viver no palco um dos gênios da composição brasileira.

Trata-se do musical “Capiba, Pelas Ruas Eu Vou”, cujo ápice será apresentado em outubro e novembro no Teatro de Santa Isabel. O espetáculo, realizado pelo Aria Social (localizado em Piedade), vai celebrar também os trinta anos do projeto, homenageando o artista pernambucano símbolo maior do Frevo no Brasil

Crédito: Melissa Fernandes/Folha de Pernambuco

 

Capiba como nunca antes visto
Com direção geral de Cecília Brennand, fundadora do Aria nos idos 1981, e com a maestrina e vice-presidente do projeto, Rosemary Oliveira, na direção musical, a montagem, inédita, ganha exibição de 13 a 16 de outubro e de 3 a 6 de novembro, com ingressos disponíveis no teatro, no Aria e no Sympla. 

“Procuramos fazer espetáculos que valorizem nossa cultura. Capiba... acho que nem ele tinha ideia da sua genialidade como mestre, compositor, e não só de Frevo, mas com valsas, choro e a Missa Armorial que é belíssima, e vamos mostrar essas outras facetas no espetáculo”, conta Cecília, em entrevista à Folha de Pernambuco, complementando que a resposta da transformação das pessoas através da arte é o que mais a emociona como gestora do Aria.

Cecília Brennand é fundadora do Aria             Crédito: Melissa Fernandes/Folha de Pernambuco

O espaço atende uma média de 450 alunos, todos imersos em música, dança e outras atividades artísticas, além de aulas que envolvem literatura e português. “É difícil manter um projeto de arte, e nem tanto pela falta de dinheiro, mas pela crise cultural, por não se dar muito valor à cultura”, ressalta Cecília Brennand, que segue no projeto ao lado de Rosemary (vice-presidência), Ana Célia Miranda (coordenadora pedagógica), Inês Lima (curso técnico de dança) e de Carmen Cardoso, com a consultoria da TGI.

Capiba, facetas para além do Frevo
Pouco mais de 30 integrantes, “crias” do Aria, levados por instrumentos percussivos e por uma Orquestra de Câmara formada pela maestrina Rosemary Oliveira, formam o musical. Faces de Lourenço da Fonseca Barbosa, pernambucano de Surubim, Agreste do Estado, que se (fisicamente) vivo estivesse completaria no próximo dia 28 de outubro 118 anos, serão narradas no palco. “A emoção é enorme”, destaca Rosemary.
 

Rosemary Oliveira, maestrina e vice-presidente do Aria  Crédito: Melissa Fernandes/Folha de Pernambuco

Já sob os cuidados da professora e coreógrafa Ana Emília Freire estão direção artística, roteiro e coreografia do musical, pensados para explorar a abrangência de Capiba para além de um compositor de frevos – decerto seu principal ofício na arte e que o levou a ser maioral País afora, mas sua musicalidade atravessa outras vertentes e foi também por elas que Ana Emília, no Aria desde 2004, se guiou. 

“Quem é Capiba? Quando veio a proposta do musical, confesso que não sabia da dimensão desse homem, seu universo musical (...) cada momento que eu ia mergulhando, ia me alimentando de toda a sua trajetória. O espetáculo aguça a diversidade musical e o público vai se perguntar: essa música é de Capiba? E vamos com muito fervor mostrar a imensidão que ele é no choro, no samba, no erudito, no maracatu, na ciranda e no Frevo, lógico”, enaltece.
 

Crédito: Melissa Fernandes/Folha de Pernambuco

E à frente da direção teatral está o ator pernambucano Tuca Andrada, que ‘en passant’ pelo Aria, inicialmente para ensaiar um solo que deve estrear no Recife no primeiro semestre de 2023, conheceu o projeto e, encantado, abraçou o espetáculo sobre Capiba. “Fui até lá (ao Aria), por conhecer Cecília de anos atrás e fui procurá-la para ver um espaço para ensaiar e conheci o projeto. Me apaixonei e quis fazer alguma coisa com eles, Cecília me contou sobre o musical e aceitei fazer”, conta ele que, a partir de então, tornou-se mais um conhecedor da imensidão do mestre.

Serviço
Musical “Capiba, Pelas Ruas Eu Vou”, em celebração aos 30 anos do Aria Social

Quando: 13 a 16 de outubro e de 3 a 6 de novembro no Teatro de Santa Isabel, às 20h

Ingressos no Aria Social, na bilheteria do teatro e no site Sympla, a partir de R$ 25 (meia-entrada)

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