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Músico faz desabafo sobre caso de xenofobia em Portugal e cobra posicionamento de classe artística

Pierre Aderne, que vive em Lisboa e sofreu discriminação por um taxista, disse que é preciso reconhecer que a história do país lusitano passa pela imigração

Músico Pierre AderneMúsico Pierre Aderne - Foto: Reprodução Instagram

Após ser alvo de xenofobia em Portugal, o músico carioca Pierre Aderne se manifestou sobre o caso em suas redes sociais neste domingo (10).

Em um vídeo publicado em sua conta no Instagram, o artista, que vive há 12 anos em Lisboa, comentou sobre o caso — ocorrido no fim de setembro, em que um taxista o chamou de "porco", dizendo que "voltasse para sua terra", mas que veio à tona na última semana — e lembrou que a história de Portugal passa, em sua gênese, pela imigração.

Nascido na França, filho de pai português e mãe brasileira, Aderne que os portugueses lembrou que a miscigenação brasileira começou em 1500, com a chegada dos portugueses, e dos imigrantes lusitanos de Trás-os-Montes que chegaram ao Rio de Janeiro em 1920, fugindo da fome, e à França em 1960, habitando “bidonvilles", bairros precários nos arredores de Paris. E que hoje, grande parte de seus descendentes é formada por empresários de sucesso, como é o caso de sua própria família. "Quando recebemos imigrantes devemos incluí-los na sociedade", disse.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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O músico disse ainda que tem recebido mensagens de portugueses e brasileiros próximos que acham que divulgar os insultos que recebeu pode fazer mal a sua carreira, mas que a grande maioria enviou mensagens de apoio.

"Só não esperem de mim o silêncio contra esse tipo de agressão", afirmou, acrescentando que, tanto em Portugal como no Brasil, "os fascistas não serão tolerados e qualquer ato de discriminação contra raça, cor, classe e gênero deve ser combatido e criminalizado".

Por fim, Aderne cobrou um posicionamento de parte da classe artística de Portugal, que não se manifestou contra o episódio, e que pretende combater a xenofobia com arte, mas que, para isso, é preciso também conhecer e reconhecer a história de Portugal e do Brasil.

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