Músicos reivindicam pagamento de cachês ao Governo do Estado
De acordo com o sindicato, o Governo do Estado ainda não quitou os pagamentos de artistas que realizaram shows no Carnaval e no São João
O Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado de Pernambuco (Sindimupe) divulgou uma nota de repúdio contra os atrasos nos pagamentos dos cachês de artistas pernambucanos. Segundo o documento, o Governo do Estado deve mais de R$ 1 milhão correspondente às apresentações realizadas no Carnaval deste ano. O débito estende-se ainda ao São João e outros eventos que contam com o apoio governamental.
"Os artistas reclamam que não são recebidos pelo governador, os órgãos competentes não se posicionam sobre a previsão para quitação dos cachês em atraso. Questionam-se também os critérios adotados para pagamentos, uma vez que apenas alguns privilegiados conseguiram receber do Estado alguma coisa", afirma a nota, que cobra uma solução definitiva para o problema. A Secretaria de Cultura (Secult-PE) não se manifestou até o fechamento desta edição.
Em julho, o grupo de artistas Coletivo Pernambuco já havia denunciado os atrasos referentes ao Carnaval. Segundo o cantor e compositor Sergio Andrade, que integra o coletivo, a situação não mudou. "Tentamos reuniões com o Governo do Estado, Ministério Público e Tribunal de Contas, mas continua do mesmo jeito. Infelizmente, essa é uma situação recorrente e que prejudica muito a vida do artista. Precisamos desse dinheiro para pagarmos técnicos, músicos e continuarmos trabalhando", diz o músico. O grupo pretende reunir-se ainda nesta semana para discutir, entre outros assuntos, a realização de uma manifestação em repúdio à falta dos pagamentos.
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Além da divulgação da nota de repúdio, o Sindimupe planeja uma manifestação. "Estamos programando um 'Show do calote', em frente ao Palácio do Campo das Princesas. Não temos data ainda, mas o objetivo é chamar atenção para esse absurdo", afirma Eduardo de Matos, presidente do sindicato. Ainda de acordo com ele, os órgãos responsáveis pelas contratações foram procurados várias vezes pelo sindicato. "Enviamos o último ofício para a Secult e a Fundarpe há cerca de um mês, sem resposta alguma sobre o pagamento", conta.