"Narrativas Impuras" marca o centenário do Modernismo, com destaque na obra de Mário de Andrade
Livro reúne a trajetória acadêmica da professora Eneida Maria de Souza
Considerado um divisor de águas na história da cultura brasileira, a Semana de Arte Moderna caminha para o seu centenário em 2022. A força do movimento, que no começo do século 20 buscava a experimentação de novas criações artísticas, sempre foi merecedora de análises, sob várias perspectivas. Uma delas está no livro “Narrativas Impuras”, publicado pelo selo Pernambuco, da Cepe Editora, reunindo os trabalhos acadêmicos da professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Eneida Maria de Souza, sobre o escritor Mário de Andrade.
Leia também
• Abdulrazak Gurnah, novo Nobel de Literatura, terá romances publicados pela Companhia das Letras
• Conheça os livros de Abdulrazak Gurnah, que venceu o Nobel de Literatura
• Pernambucana lança seu primeiro livro e abraça a literatura fantástica
A obra, que terá live agendada no canal da Cepe pelo Youtube, na próxima quarta-feira (27), com direito a bate-papo entre a autora, o editor do selo Pernambuco, Schneider Carpeggiani, e a crítica literária Heloísa Buarque, agrupa quase 30 artigos sobre um dos maiores nomes do movimento em questão. “São textos publicados em jornais, revistas especializadas e capítulos de livros. Como esses trabalhos tendem a ficar muito soltos ao longo dos anos, foi interessante agrupar todos eles em um lugar só”, adianta Eneida.
Mário de Andrade
Não é à toa que ela é considerada referência nessa temática. Estuda o autor de “Macunaíma” desde o seu doutorado, na França, ainda na década de 1980. “Com isso, segui pesquisando desde então. O livro reúne, inclusive, a segunda fase dos meus estudos sobre Mário de Andrade, que estão baseados não só na obra, mas nas suas correspondências, nos seus artigos e nas entrevistas, me fazendo levar também ao momento da crítica biográfica”, completa.
Ainda de acordo com a professora, existe uma análise entre a relação da obra e suas demais atividades. “Falamos dos seus correspondentes, mas, na realidade, foquei na trajetória e na profissão, como um grande pensador e pesquisador na cultura popular”, ressalta.
Temáticas distintas
A distribuição dos ensaios é feita em tópicos independentes, com a ideia de seguir a variedade de temas estudados por Eneida, através de quatro partes. As outras partes revelam sua tendência ao trabalho crítico de cultura, abarcando vários assuntos, mas mantendo a posição de questionamento do lugar interdisciplinar da crítica literária. Já a crítica biográfica aparece em ensaios que abordam autores como Silviano Santiago e seu lugar pioneiro na introdução da literatura de natureza autoficcional, o que, segundo Eneida, é igualmente encontrado na atividade crítica do escritor.
Revisão ao Modernismo
Para a pesquisadora, o centenário é de grande representação no que se refere à revisão do Modernismo. “Todo período tem um tempo de existência. E ele prescreve. Assim, a gente tem que respeitar esse tempo e as posições de todos que pertenceram a ele. Claro, Isso não impede que você faça uma revisão de como esse Modernismo seria processado hoje, além de toda a sua contribuição para a atualidade”, resume.
Em tempo, “Narrativas Impuras” também terá lançamento presencial em Belo Horizonte, no dia 6 de novembro, às 11h, quando a autora estará na Livraria Quixote autografando seu nono livro, o primeiro pela Cepe.
Serviço:
Live - Narrativas impuras
Dia 27, às 19h30
youtube.com/CepeOficial
Lançamento presencial
Dia 06/11- Livraria Quixote, 11h, em Belo Horizonte
Preço do livro: R$ 60 (impresso) e E-book: (R$ 18)