No ar em "Renascer", Almir Sater descarta fazer mais novelas: "Essa aqui é a última"
Ator e cantor interpreta o libanês Rachid, papel vivido por seu filho na primeira fase
Cantor, compositor e instrumentista dos mais admirados no Brasil, Almir Sater estreou como ator de televisão em uma novela de Benedito Ruy Barbosa. Foi na primeira versão de “Pantanal”, exibida pela extinta TV Manchete em 1990. Mais de 30 anos depois, ele volta ao ar em uma trama do mesmo autor - agora revisitada por seu neto, Bruno Luperi.
Em “Renascer”, remake que ocupa o horário das 21h na TV Globo, Almir interpreta o comerciante libanês Rachid. Com família de raízes turcas e libanesas, o artista lembra da repercussão que o personagem teve entre os seus familiares em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, na época da exibição da primeira versão da novela, em 1993.
“O Rachid fazia muito sucesso entre a comunidade árabe. A gente brincava de ficar imitando ele. O Luis Carlos Arutin [ator da primeira versão] era um craque e fez um trabalho maravilhoso”, relembrou o artista, durante entrevista feita nos bastidores das gravações do folhetim.
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De forma indireta, a brincadeira compartilhada com os parentes acabou contribuindo para que Almir se tornasse o libanês na refilmagem. “Eu estava gravando o remake de ‘Pantanal’ quando começaram a ventilar a possibilidade de fazerem o de ‘Renascer’ também. Brinquei, imitando um pouquinho o Rashid para o Bruno. Depois de seis meses, ele me ligou dizendo que eu estava escalado”, contou.
Para Almir, o trabalho em “Renascer” tem sido diferente de tudo o que ele já havia feito em novelas até então. “Meus personagens sempre foram nesse universo rural, de viola, chapéu e botina. Até o Marcos Palmeira falou assim: ‘Ó, está brincando de ator’. Para mim, foi um elogio. É bom brincar de ator, fugir um pouco do óbvio e se entregar para o personagem, sem vaidades”, celebrou.
Apesar da satisfação de estar em cena, o músico revelou que não tem a pretensão de aceitar novos papéis. “Essa aqui é a última”, garantiu. “Toda novela que eu faço, quando acaba, eu falo que é a última. Você ganha patrão, horário, cobrança. É muita coisa”, completou o artista, confessando certo incômodo em ter que deixar a fazendo onde mora, no Mato Grosso do Sul, para encarar a rotina de gravações no Rio de Janeiro. “É difícil ficar longe de casa e à disposição dos outros”, disparou.
Segundo Almir, o trabalho de atuação tem mais a ver com seu filho mais velho, Gabriel Sater, que chegou a viver Rachid mais jovem, na fase inicial do remake. Apesar de dividirem o mesmo personagem, os dois não “trocaram figurinhas” para as suas criações. “Mal nos vimos, mal conversamos. O Gabriel é muito centrado nas coisas que ele acredita. Acho que ele puxou ao pai”, brincou.
Na onda de remakes na teledramaturgia brasileira, o cantor e ator falou sobre ver seus antigos trabalhos na TV ganharem novas versões. Para ele, essa possibilidade não existe para “Ana Raio e Zé Trovão”, exibida pela Manchete entre 1990 e 1991. “Foi uma novela caríssima, toda rodada em externa. Praticamente, quebramos uma emissora. Então, acho muito difícil isso [um remake] acontecer. Se houver, eu vou bater palmas pela coragem”, afirmou.
* O repórter viajou ao Rio de Janeiro a convite da TV Globo