Televisão

No comando do "The Voice Kids", Fátima Bernardes fala sobre a sintonia com público infantil

"Gosto muito de criança e me encanta essa espontaneidade", afirma a jornalista em entrevista

Fátima Bernardes, apresentadora do "The Voice Kids"Fátima Bernardes, apresentadora do "The Voice Kids" - Foto: Divulgação/Globo

Fátima Bernardes sempre ficou bastante à vontade no universo infantil. À frente do “The Voice Kids”, a apresentadora acumula certa experiência prévia para lidar com as crianças que chegam ao programa vespertino. E esse conhecimento não vem apenas de seus trigêmeos, Laura, Beatriz e Vinícius, hoje com 25 anos. Antes de trilhar uma trajetória frutífera na tevê, a ex-apresentadora do “Jornal Nacional” deu, durante cinco anos, aula de dança para crianças.

“Eu era conhecida como Tia Fatinha. Tenho uma afinidade com elas porque eu gosto muito de criança e me encanta essa espontaneidade”, afirma a jornalista, que se surpreendeu ao ser reconhecida pelos pequenos cantores que passam pelo palco do talent show. “Ao contrário do que muita gente pensa, esses danadinhos me conhecem. Falam que ficaram muito felizes quando souberam que era eu que iria apresentar (risos). O ‘Kids’ é um programa muito da família, né? Me sinto feliz com esse encontro com os jovens”, completa.

Recém-chegada ao formato infantil da produção musical, Fátima tem ficado atenta aos talentos que passam pelas “Audições às Cegas”. Ao lado dos técnicos Carlinhos Brown, Iza e Mumuzinho, a apresentadora afirma que a comoção é forte também nos bastidores. “Fico encantada com a coragem das crianças de entrarem naquele palco e começarem a subir os degraus para a conquista dos sonhos desde tão novas. E é incrível perceber o quanto essas crianças cantam bem. Quanta criança cantando bem! Isso me impressionou muito mesmo”, aponta.

P – O “The Voice Kids” é o seu segundo projeto na linha de shows após deixar o comando do matinal “Encontro”. Como você avalia essa nova fase até o momento?

R – Acho que está sendo bem o que eu imaginava. Sempre fui muito tranquila com relação aos rumos que eu tomei na minha carreira. Claro que fico ansiosa para ver o projeto novo no ar, mas sempre tive a certeza de que não estava dando um passo maior do que a perna. Acho que era um momento ideal para uma mudança e veio na hora que tinha de vir.

P – Mas você buscou uma rotina mais desacelerada e longe de uma produção diária?

R – Entre uma temporada e outra eu tenho um tempo maior de descanso. Isso é muito bom para quem já trabalhou tantos anos. Só na TV Globo eu tenho 35 anos. Claro que estou em um momento mais tranquilo da vida. Mas nunca me movo por isso. Sempre penso no que vai me deixar com o olhar brilhando e o que ainda tenho para aprender. Acho que isso tinha de ser um lema para todo mundo. É muito bom se sentir desafiado, faz com que a gente se sinta melhor.

P – Quais as principais diferenças que você encontrou no “Kids” após sua passagem pelo “The Voice Brasil”?

R – Acho que a diferença é que os adultos chegam à competição, muitas vezes, com uma carreira já construída; a grande maioria já vive da música, sabe das dificuldades, dos sins e dos nãos. Já as crianças, estão começando. Creio que seja essa a grande diferença: para muitas, essa é a primeira experiência num palco tão grande. Que seja de muita alegria, de boas memórias, de boas lembranças e de aprendizado, para que realmente façamos parte da construção da história desse novo artista. Acho que temos uma responsabilidade grande em mãos.

P – Como assim?

R – Temos a responsabilidade de criar um ambiente acolhedor para esses talentos que chegam. Sabemos como um não pode mexer com essas crianças. Por isso, precisamos explicar como esse não de hoje vai ser importante lá na frente. Não sei se é pelo fato de eu ser mãe, mas eu sinto que tenho uma responsabilidade com os participantes e a forma como me porto diante deles. Já me surpreendi muito com várias crianças. Já vi algumas crianças mais maduras do que eu ou do que o trio de técnicos. Elas chegam falando como estavam felizes só de participar e como essa experiência fará diferença no futuro. Elas são um símbolo de coragem. Sei bem como é difícil lidar com um não durante uma seleção.

P – Por quê?

R – Eu recebi muitos nãos na dança. Hoje só estou aqui por conta dos nãos que levei lá atrás. Tentei fazer abertura do “Fantástico”, tentei comerciais... nada disso deu certo. Até fiz alguns clipes para o “Fantástico” mais tarde, mas já estava em outro momento. Não foi fácil perceber que eu tinha crescido e meu biotipo não era compatível com o que era, até então, a dança clássica. Essas negativas todas me fizeram olhar para outras coisas. Já estava na faculdade e, então, aproveitei meus dois últimos anos para dar uma virada de foco. Eu ia para a aula meio triste após um não, mas ia mesmo assim. Fazer o que, né?

P – Como tem sido também essa experiência nos bastidores ao lado dos pais e das crianças?

R – Para mim, o que há de mais emocionante é ficar ao lado do acompanhante da criança – seja o pai, a mãe, a madrinha, a irmã... E é uma energia que corre ali... Às vezes ficamos abraçados ou de mãos dadas – é uma energia muito grande, uma torcida enorme para que aquela criança consiga fazer a melhor apresentação possível. No “The Voice Brasil”, a família ainda estava à distância. Esse retorno da família ao estúdio para acompanhar as crianças de pertinho é incrível.

P – Você tem se emocionado ao longo das “Audições às Cegas”?

R – Sim. Se eu me emociono e meu olho enche de lágrima, eu acho que está tudo bem. Quero aproveitar ao máximo aquela apresentação, sentir. Tem lágrima, tem sorriso, dança... São várias as formas de emoção. Não dá para segurar. Você se envolve com o que acontece ali. Me surpreendi muito nesses primeiros dias de gravações.

P – De que forma?

R – Me falaram que isso é comum, mas eu nunca tinha participado de uma edição do “The Voice Kids”. Às vezes, a emoção é tão grande que o pai e a mãe chegam a cair no chão quando a criança é aprovada. Eu fiquei muito tocada com isso. É uma tensão muito grande para esses pais e mães e isso me impressionou bastante.

Conversa boa

Além de conduzir o “The Voice Kids”, Fátima Bernardes também tem a missão de conversar com os participantes antes e depois das apresentações. A jornalista, no entanto, confessa que nem sempre é fácil arrancar declarações dos pequenos cantores. “Até acho que naquele momento elas estão cheias de energia para falar. Evito perguntas de sim ou não. Deixo que elas bem à vontade. Se estão mais falantes, eu ouço. Se estão mais quietinhas, eu respeito”, explica.

Ao longo das gravações, Fátima tem se surpreendido com a espontaneidade das crianças no palco e diante das câmeras. “Elas não têm roteiro. Falam algo no começo e depois mudam tudo. É um programa sem roteiro. Isso mexeu bastante comigo. Deixa a gravação com uma energia muito viva”, celebra.

Dentro do armário

Longe do engessado jornalismo de bancada, Fátima Bernardes passou a chamar a atenção pelas roupas mais solares e despojadas que usava no “Encontro” e, agora, no formato “The Voice”. “Quando eu apresentava o ‘Jornal Nacional’, não podia usar tênis porque a câmera passava na lateral. Mas no ‘Encontro’ eu abusei (risos). Apareci várias vezes de macacão e tênis. Era uma delícia”, relembra.

No “The Voice Kids”, a apresentadora tem participado ativamente das escolhas de figurino da produção. “Uso tênis, mas também adoro um salto. Vou variando. Estamos vendo o que fica bom e gostei de todas as escolhas até agora”, vibra.

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