Moda

Novo diretor artístico da Gucci estreia em Milão com seu primeiro desfile; confira detalhes

Sabato de Sarno, longe das excentricidades de seu antecessor, Alessandro Michele, trouxe à passarela desenhos austeros e atemporais, com os quais pretende encarnar um retorno às origens da marca de luxo

Novo diretor artístico da Gucci estreia em Milão com seu primeiro desfileNovo diretor artístico da Gucci estreia em Milão com seu primeiro desfile - Foto: Gabriel Bouys/AFP

O novo diretor artístico da Gucci, Sabato de Sarno, fez sua estreia na marca, nesta sexta-feira (22), em Milão, com seu primeiro desfile, uma coleção clássica e feminina com a qual esta marca quer dar um novo impulso às vendas do grupos francês Kering.

Longe das excentricidades de seu antecessor, Alessandro Michele, De Sarno, de 40 anos, trouxe à passarela desenhos austeros e atemporais, com os quais pretende encarnar um retorno às origens da Gucci.

Os modelos desfilaram com diferentes peças de couro, saias longas, jaquetas monocromáticas e camisas listradas, em uma mostra que teve a apresentação do músico britânico Mark Ronson e da qual participaram famosos de Hollywood como Julia Roberts e Ryan Gosling.

A paleta de cores também passou do cinza ao azul marinho, do preto ao branco e o bordô, verdadeiro fio condutor desta coleção, intitulada "Ancora" ("Ainda" em italiano).

"A história de um todo, a história de um todo que ainda se expressa por meio da alegria", explicou De Sarno sobre o espírito de sua coleção.

A presença de inúmeros vestidos com couro provocou críticas por parte de coletivos de proteção animal, cujos militantes mostraram no final do desfile um cartaz com a mensagem "Ban exotic skins" ("Banam os couros exóticos).

No último minuto, a Gucci foi obrigada a mudar o local do show por causa de uma chuva que atingiu Milão. Antes ao ar livre, a apresentação acabou ocorrendo nos escritórios da Gucci na periferia da cidade.

Novo capítulo criativo

A estreia desse estilista de Nápoles ocorre em um momento de mudanças e incerteza na Gucci e sua empresa-matriz, Kering.

A saída de Michele em novembro de 2022 deixou um vazio substancial, mas a marca decidiu substituí-lo por esse experiente estilista, que já trabalhou para Prada, Dolce&Gabanna e Valentino.

"Muitas coisas estão acontecendo na Kering", explica à AFP Luca Solca, um especialista em moda e luxo da consultoria Bernstein, que menciona "a tentativa de dar um novo impulso a Gucci", "a modernização da organização dessa marca italiana" e "uma nova equipe dirigente no grupo Kering".

A designação de De Sarno como diretor artístico da Gucci não foi a única mudança revelante na marca, mas também a nomeação do francês Jean-François Palus como CEO.

O grupo de luxo Kering sofreu no primeiro semestre deste ano uma queda de 10% em seu lucro líquido, a 1,78 bilhão de euros (quase 9,4 bilhões de reais), em parte devido à uma diminuição de 1% das vendas da Gucci.

Segundo Solca, "a mudança mais importante de longe é o novo capítulo criativo da Gucci. Se isso funcionar, a Kering funcionará".

"A Gucci necessita de novas ideias e iniciar um novo capítulo. Ao colocá-lo em prática, permitirá aumentar o número de negócios e os lucros como deseja [François] Pinault", proprietário da Kering, acrescenta esse especialista.

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