Novo filme do diretor de "Ana e Vitória" estreia nesta quinta-feira (26)
"A última Festa" é estrelado por Marina Moschen, Christian Malheiros, Thalita Meneghim, Giulia Gayoso e Victor Meyniel
Término de relações, declarações, traição, virgindade, desafios, perda total (PT) e tudo que uma festa tem direito. “A última Festa” é um filme típico de adolescentes que gira em torno de quatro jovens em uma formatura colegial. Escrito e dirigido por Matheus Souza (“Ana e Vitória 2018”), o filme chega aos cinemas nesta quinta-feira (26).
Afetos em xeque
A trama é formada por Nina (Marina Moschen), Nathan (Christian Malheiros), Bianca (Thalita Meneghim), Marina (Giulia Gayoso) e os seus respectivos núcleos. As quatro histórias paralelas se entrelaçam várias vezes no decorrer da história.
Nina namorou durante o Ensino Médio inteiro e, embora ainda seja apaixonada pelo namorado, quer viver novas experiências. Por conta disso, terminou seu relacionamento para curtir a vida, mas rapidamente acaba se interessando por outra pessoa. Para deixar tudo mais complicado, ela é sua ex-cunhada.
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Nathan é o menino negro e gay que sente que não pertence a grupo nenhum, e para tentar se enturmar com seus outros colegas de sala, ele aceita seguir uma série de desafios lançados pelo menino mais bonito da escola. O que ele não esperava é que nessa saga acabaria vivendo uma paixão improvável.
Bianca é super estudiosa e se dedicou ao vestibular o ano inteiro. Por conta disso, não teve muitas chances de curtir seu último ano de escola. Agora, a festa de formatura é a última chance que lhe resta. Na ambulância, enquanto faz companhia para o namorado que bebeu demais, Bianca descobre que foi traída por ele e acaba conhecendo um novo crush.
Marina é exageradamente sincera e decidiu que quer perder sua virgindade com seu namorado, um cara muito gente boa. Até que Nina revela um segredo e seu jeito complicado a coloca numa situação enrolada com seus amigos.
Bonito e ambicioso
A obra tem uma premissa ambiciosa: se passar em apenas uma noite numa casa de recepção. O filme consegue entregar 1h30m de história sem parecer repetitivo ou monótono, parecido com “12 Homens e Uma Sentença 1957”. E o que mais colabora com esse feito são os recursos visuais, com figurinos divertidos e originais, além de um elenco diversificado. Por outro lado, para um filme que se passa numa festa, a ausência de músicas marcantes é ponto fraco do roteiro.
Outro detalhe que chama atenção é o design bonito das conversas por mensagens, que em qualquer outro filme seria sem relevância, mas em uma história repleta de adolescentes sempre é exagerada para refletir a realidade dos jovens atualmente. É justamente nesse aspecto quando o filme brilha, no retrato do jovem comum de hoje em dia.
“Eu queria um filme sobre o quão intenso é sentir qualquer coisa nessa idade. Foi fundamental que todo o universo representasse essa magia, romantizar tudo até quando a gente sabe que é errado romantizar. No meu filme, eu tento conversar com os jovens. Eu acho que tem muito filme sobre jovens que tentam apontar o dedo para os jovens, eu não sou um tiozão”, explica o diretor e roteirista, Matheus Souza.
Apesar de a trama apelar para a amizade do grupinho “Boba demais para a idade”, todos os momentos em que eles estão separados acabam sendo mais interessantes que juntos. Todas as relações com os personagens secundários pareciam mais reais e, às vezes até mais íntimas, que com os protagonistas, supostamente amigos de infância.
Parte disso entra na conta dos atores, inexperientes demais para se adaptar ao cinema. Como é o caso de Thalita Meneghim (famosa pelo canal no Youtube “Depois das Onze”) e Victor Meyniel (humorista da época do Vine) que não deixaram de lado o tom descontraído da atuação para internet que eles estavam acostumados. Os outros atores vieram do teatro ou das novelas da Globo e também não conseguiram entregar uma atuação para a telona. O resultado é um elenco Frankenstein e sem química que não se casa entre si.