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O que é ''woke'' e por que ''The Boys'' está sendo acusada por público da extrema-direita 

Com referências cada vez menos sutis, série de super-heróis intensifica sátira política

Quarta temporada da série "The Boys" intensifica suas críticas à extrema-direitaQuarta temporada da série "The Boys" intensifica suas críticas à extrema-direita - Foto: Divulgação

A quarta temporada da série "The Boys", da Amazon, que estreou este mês, apresentou sua pior avaliação desde o início do programa. A queda acontece justamente em um momento em que a distopia de super-heróis intensifica suas críticas à extrema-direita.

Se na terceira temporada o personagem Homelander já fazia alusões muito claras ao ex-presidente e agora candidato à presidência dos EUA, Donald Trump, os novos episódios fazem referências nada sutis a teorias da conspiração como as do grupo QAnon.

Ainda que os criadores da série afirmem que sempre tiveram a intenção de fazer uma sátira ao radicalismo da direita americana, parece que só agora essa parcela do público percebeu a intenção. A série vem sofrendo de forma mais dura com críticas à sua visão política e passou a ser chamada de "woke".

No sentido literal da palavra "woke", ela significa "acordei", passado do verbo "wake", que significa "acordar''. Mas também refere-se a uma percepção e consciência das questões relativas à justiça social e racial, tratando-se como uma forma de protesto não violento que permite a reparação histórica de grupos marginalizados da sociedade.

A série continua com ótima avaliação de especialistas no Rotten Tomatoes (site que consolida as análises de centenas de críticos de cinema de diferentes veículos e plataformas), com 95% de menções positivas. Porém, a avaliação do público caiu para 49% - número bem abaixo das temporadas anteriores.

Nas redes sociais, haters reagiram mal a novos personagens da série, como Sister Sage, uma mulher negra considerada a "pessoa mais inteligente do mundo".
 

Outra personagem polêmica é a super-heroína Firecracker, inspirada na congressista conservadora e fervorosa apoiadora trumpista Marjorie Taylor Greene. Ela é uma podcaster que espalha teorias da conspiração.

"Eu claramente tenho uma perspectiva, e não tenho vergonha de colocá-la na série", afirmou Eric Kripke, criador da série, ao Hollywood Reporter. "Quem quiser chamar a série de 'woke' ou qualquer outra coisa, tudo bem. Vá assistir outra coisa. Mas eu certamente não vou suavizar nada ou me desculpar pelo que estamos fazendo."

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