Cultura

Oficina Francisco Brennand: lançamento de livro marca os 50 anos da instituição

O evento acontece às 14h, no Teatro Deborah Brennand, na sede da oficina, no bairro da Várzea, com acesso gratuito ao público nesta data, das 9h às 16h

Francisco BrennandFrancisco Brennand - Foto: Tiago Queiroz

O livro “No labirinto do sonho – 50 anos da Oficina Francisco Brennand” será lançado no Recife nesta terça-feira, dia 11 de junho, data de aniversário do prestigiado artista homônimo. O evento acontece às 14h, no Teatro Deborah Brennand, na sede da oficina, no bairro da Várzea, com acesso gratuito ao público nesta data, das 9h às 16h.

Recém-lançada na galeria Gomide&Co, de São Paulo, a obra agora chega agora ao público pernambucano na cidade natal do artista plástico, no dia em que ele completaria 97 anos. O lançamento integra a programação da Oficina Francisco Brennand (OFB) do mês de junho, celebrando o legado e as diversas conexões do artista. 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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50 anos da OFB
O lançamento abre o cronograma do ciclo comemorativo pelo cinquentenário da OFB. A publicação foi organizada por Ariana Nuala (gerente de Educação e Pesquisa da Oficina), Júlia Rebouças (ex-diretora artística da instituição) e Olívia Mindêlo (gerente artística do museu) e chega agora às prateleiras como fruto da consolidação da Oficina Francisco Brennand como instituto, criado em 2019, pouco antes da morte do seu patrono (1927-2019). 

Refletindo sobre a trajetória de meio século da OFB, o livro apreende um pensamento contemporâneo ao legado do ceramista, muralista, escultor, pintor, desenhista e escritor pernambucano, criador do espaço-monumento ao qual dedicou boa parte da sua vida, entre a Olaria, o Ateliê e os espaços abertos.

Sobre o livro
Afastando-se de uma cronologia linear, “No Labirinto do Sonho” adota uma perspectiva de espiral, tomando emprestada a própria ideia de “labirinto de esculturas” criada pelo artista enquanto erguia sua Oficina. Ao longo de 304 páginas, o livro reúne textos de 26 autoras e autores,  além de imagens históricas e ensaios fotográficos de gêneros e estilos distintos, inéditos ou em reedição, que contam a história do cinquentenário da instituição a partir de reflexões históricas, artísticas, políticas, territoriais e críticas.

O projeto gráfico do livro foi desenvolvido pela designer Elaine Ramos, conhecida pela atuação nas editoras Cosac Naify e Ubu. A produção editorial é da equipe da Oficina, sob organização de Ariana Nuala, Júlia Rebouças e Olívia Mindêlo.

“Esse não é um catálogo institucional, no sentido estrito do termo. É um livro para leitura, pesquisa e contemplação; um produto editorial pensado em profundidade e amplitude, e que fala da Oficina e dos muitos temas que a atravessam há mais de 50 anos”, descreve Olívia, gerente artística da instituição e coordenadora editorial do livro.
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Autores diversos
Os textos são assinados por autores como Ariano Suassuna, Ariana Nuala, Cecilia Toro, Cesar Leal, Eduardo Dimitrov, Emanoel Araújo, Fernando Almeida, Frederico Morais, Gleyce Kelly Heitor, Helcir Roberto, Henrique Falcão, José Brito, José Mendes, Júlia Rebouças e Julieta Gonzales.

Lina Bo Bardi, Lívia Debbane, Marcelo Campos, Marcos Baptista, Maria Helena Brennand, Mariana Brennand, Marinez Teixeira, Neném Brennand, Olívia Mindêlo, Renato Carneiro Campos e Tiganá Santana completam a lista. Já os ensaios fotográficos são de autoria de Fritz Simons, Mauro Restiffe, Ruy Teixeira e Sofia Borges.

Onde comprar
No Recife, após o lançamento, o livro continuará à venda com preço de R$ 197, disponível na própria Oficina, no site da instituição e na Casa Zero (Rua do Bom Jesus, Bairro do Recife). Em São Paulo, é vendido na Casacor (até 28 de julho) e na galeria Gomide&Co.

Textos e ensaios visuais
O livro é dividido em quatro tomos, a partir de um único volume. São eles: “A ruína como princípio”, “Um fio que tudo perpassa”, “O poder do fogo e das formas” e “Um chamamento de arco”, que, em conjunto ou em separado, fazem um franco convite à imersão na complexidade, nas nuances e nas transformações da Oficina.

A publicação é costurada ainda pelos escritos de Francisco Brennand, através de fragmentos originais do seu Diário e de entrevistas, impressos nas aberturas dos tomos e nos ensaios visuais do livro.

Comissionados pela Oficina e realizados no espaço, em diferentes épocas, os ensaios visuais compõem cadernos autorais de fotografias ao fim de cada tomo, assinados por Fritz Simons (1970-1980), Mauro Restiffe (2021), Ruy Teixeira (2021) e Sofia Borges (2021), respectivamente.

Resultado de uma curadoria criteriosa da equipe do livro, os conjuntos amarram editorialmente o livro em sua pluralidade e autoralidade.

“Apostamos na convergência de saberes e narrativas complementares, transformando o museu em um espaço de diálogo contínuo", aponta o presidente da Oficina, Marcos Baptista Andrade.

Tomo a tomo
Explorando a ruína como um conceito fundamental que inaugura e permeia a história da Oficina Francisco Brennand, o primeiro tomo sublinha as origens desse espaço nascido em 1971, a partir do que restou da Cerâmica São João, fábrica de telhas e tijolos criada pelo pai do artista em 1917. 

Essa entrada numa história que “começa pelo fim de algo” se dá sob formas e perspectivas diferentes, indo desde o texto de alguém que cresceu na Oficina (e olha para ela a partir do hoje) até uma mirada profética desde 1970. O conteúdo do tomo 1 traz textos de Ariana Nuala e Olívia Mindêlo, Fernando Almeida, Maria Helena Brennand e Neném Brennand, Livia Debbane, Helcir Roberto, Marinez Teixeira e Renato Carneiro Campos.

O segundo tomo, “Um fio que tudo perpassa”, observa as narrativas entrelaçadas em torno da vida e obra de Francisco Brennand desde suas inspirações mais profundas, com ensaios e textos curatoriais de aspectos que dão alicerce e identidade à Oficina. 

Para isso, aborda o criador e a criatura como algo simbiótico, perpassando um olhar sobre a atuação do artista em várias frentes, a partir de visões políticas, sociológicas e estéticas. Nesse sentido, considera seu legado como moderno e singular no Brasil. Eduardo Dimitrov, José Brito, César Leal, Ariano Suassuna, Frederico Morais, Julieta González e Lina Bo Bardi assinam os textos.

Focado na força criativa que emana do fogo e das formas, elementos essenciais que moldaram o universo artístico de Francisco Brennand, o terceiro tomo do livro testifica a fusão entre a matéria e a imaginação, o poder transformador do fogo e a expressão única da cerâmica. 

Para isso, vai desde um viés mais formalista e “universal” em torno da obra, inclusive a partir da microbiologia, a uma perspectiva mais sociológica desse espaço que fez escola a partir de muitas mãos e sonhos. Cecilia Toro, Emanoel Araújo, Gleyce Kelly Heitor e Henrique Falcão e José Mendes assinam os textos do terceiro tomo, “O poder do fogo e das formas”.

O quarto tomo traz a energia de Oxossi, orixá das matas cujo símbolo, o ofá (arco e flecha), foi adotado por Brennand como marca da Oficina desde os anos 1970. A insígnia é trazida como ponto de reflexão para o museu hoje, cujo pensamento se materializa em exposições e em ações produtoras de conhecimento, como esse livro, que convoca o leitor a se lançar na curva do arco para além dos limites do tempo e do espaço, em um exercício de constante transformação. 

Os textos do tomo “Um chamamento de arco” são de autoria de Júlia Rebouças, Ariana Nuala e Marcelo Campos, e Tiganá Santana. A publicação foi viabilizada via Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), com realização do Ministério da Cultura, tendo como patrocinadores o Grupo Cornélio Brennand, o Bradesco, o Instituto Vale e a Copergás.

SERVIÇO
Lançamento do livro “No Labirinto do Sonho – 50 anos da Oficina Francisco Brennand” 
Quando: 11 de junho, das 14h às 16h30
Onde: Teatro Deborah Brennand - Oficina Francisco Brennand (Lançamento seguido por roda de conversa)
Exclusivamente no dia de lançamento, o livro será vendido por R$ 42
Visitação gratuita ao museu nesta data

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