BBB 23

Opinião: "Big Brother Brasil 23" começa pouco animado, mas tem elenco capaz de virar o jogo

Nos primeiros dez dias, programa teve média de audiência de 18,8 pontos. No "BBB 22", esse número era 26% maior

Big Brother Brasil 2023Big Brother Brasil 2023 - Foto: Reprodução/Globoplay

Reality shows precisam de personagens interessantes para não se tornarem monótonos. O “Big Brother Brasil 23”, pelo menos em suas duas primeiras semanas, não conseguiu mostrar que tenha um elenco interessante – não a ponto de sustentar mais de três meses de programa diário na tevê aberta e 24 horas por dia no streaming.

É verdade que ainda dá para movimentar a casa cenográfica montada nos Estúdios Globo e, assim, gerar entretenimento para os telespectadores. Mas, a julgar pelas edições mais recentes da produção, a atual não começou nada bem. Afinal, nos primeiros dez dias, a média de audiência foi de 18,8 pontos. A título de comparação, no “BBB 22”, esse número era de 23.8, ou seja, 26% maior.

Por outro lado, é importante ressaltar um detalhe: o “Big Brother Brasil” é o tipo de programa cujos resultados são avaliados bem além da audiência na tevê aberta. Nas redes sociais, por exemplo, o reality segue sempre entre os assuntos mais comentados e, como de costume, pautando diversos criadores de conteúdo. Além disso, há um público imenso que acompanha o dia a dia dos participantes pelo streaming da Globo, o Globoplay. Exatamente por esses diferenciais, uma audiência menor na tevê aberta não necessariamente prejudica o desempenho comercial do reality.



Em 2023, algumas novidades foram adotadas para tentar animar o “Big Brother Brasil” mesmo antes da estreia. A casa de vidro instalada em um shopping do Rio, por exemplo, fez o programa ganhar grande espaço na imprensa e nas redes sociais uma semana antes do primeiro dia de exibição na Globo. Era possível acompanhar, em tempo real, a rotina dos candidatos ali, a partir do Globoplay. Depois, quando entraram no confinamento dentro da emissora, todos os competidores estavam divididos em duplas, amarrados. Uma estratégia que acabou limitando a interação de alguns participantes e, na prática, não se mostrou tão interessante quanto parecia na teoria.

O que mais movimentou o jogo nessa reta inicial, infelizmente, foi a chamada que Tadeu Schmidt deu para o recém-eliminado Gabriel e Bruna Griphao, que se beijaram já na primeira festa do programa. Na casa mesmo, houve quem estranhasse a maneira como a relação começou. Antes da primeira votação, o apresentador citou para a dupla algumas frases ditas por outros participantes e também pelo próprio casal, como quando Gabriel, de brincadeira, falou para a parceira “já, já você vai tomar umas cotoveladas na boca”. Tadeu argumentou que estava dando um toque, mas suas palavras pesaram o clima entre os namorados e, de quebra, fez com que muitos participantes se posicionassem – uns mais que outros – ou pegassem carona para enxovalhar ainda mais o Gabriel. Foi um aviso necessário – talvez até mais para quem está fora do confinamento, vivencia um relacionamento com problemas e tem dificuldade para perceber do que para quem está dentro. Mas, inevitavelmente, marcou uma interferência externa no confinamento, o que tornou Gabriel alvo ainda mais fácil de alguns oponentes. Não tardou para o rapaz ser eliminado, apesar de disputar o segundo paredão do “BBB 23” com os desenxabidos Domitila e Cezar.

Um ponto positivo desta edição está na diversidade. Dos 22 participantes, 11 são negros, o que representa a metade do grupo. Há ainda uma boa quantidade de pessoas gays e bissexuais, o que pode render bons debates a respeito da sexualidade humana. Para isso, porém, é necessário que os competidores se sintam mais à vontade para se soltarem e entregarem mais conteúdo. Dá para perceber potencial para isso em muitos deles. No entanto, a impressão é a de que o medo do cancelamento – tão temido nas edições anteriores e até vivenciado por alguns participantes – trava isso. Perdem eles, que deixam de empolgar uma torcida maior, e perde o público, que tende a se cansar por esperar muito e receber pouco de um reality show.

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