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Artes visuais

OSGEMEOS abrem exposição no Instituto Ricardo Brennand; veja fotos

Mostra "Nossos Segredos" chega pela primeira vez ao Nordeste, em cartaz a partir desta quarta-feira (28)

Gustavo e Otavio Pandolfo, mais conhecidos como OSGEMEOSGustavo e Otavio Pandolfo, mais conhecidos como OSGEMEOS - Foto: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

O Recife é a primeira cidade do Nordeste a receber a exposição “Nossos Segredos”, que passa a limpo os mais de 30 anos de carreira dos irmãos Gustavo e Otavio Pandolfo, mais conhecidos como OSGEMEOS. Vista por mais de 1,3 milhão de pessoas, a mostra fica em cartaz no Instituto Ricardo Brennand, no bairro da Várzea, de hoje até 27 de agosto.

Mais de 800 obras ocupam a galeria do museu pernambucano. Além de telas, murais e esculturas assinadas pelos grafiteiros paulistanos, há instalações, fotografias, figurinos, anotações, desenhos e outros materiais de acervo que convidam o público a mergulhar no universo multicolorido partilhado pelos irmãos, dando uma ideia suas influências, processos, inspirações e origem.

“A exposição se chama ‘Nossos Segredos’ porque colocamos aqui coisas que normalmente não expomos. É a essência do nosso trabalho, começando com desenhos de infância e seguindo até os dias de hoje. Os visitantes vão ver toda a nossa transição de estilos e a preocupação em colocar os detalhes necessários nos desenhos”, explica Gustavo.


Nascidos em Cambuci, bairro da região central de São Paulo, os irmãos acompanharam ainda crianças a chegada da cultura hip hop no Brasil. O contato nas ruas com o rap, o break e, principalmente, o grafite, moldou a estética da dupla, que também aprendia em casa a apreciar diferentes linguagens artísticas. Na parte da exposição dedicada à retrospectiva, é mostrado um panorama do contexto cultural vivenciado por eles nos anos 1980.



“Naquela época, as informações relacionadas à cultura hip hop e ao grafite chegavam com muito atraso ao Brasil. Mas a vontade de fazer era tanta que a gente foi improvisando com o que tinha. Essa improvisação foi criando no nosso trabalho uma linguagem própria”, relembra Gustavo.

O apoio e o reconhecimento da família, de acordo com os dois artistas, foi fundamental para eles persistirem em uma forma de arte até então marginalizada. Esse suporte familiar está materializado no espaço “Assim bordei meus sonhos”, dedicado a Margarida Pandolfo, mãe e incentivadora dos gêmeos. Reconstruindo parte do cenário de uma casa, o ambiente é envolto em uma atmosfera de afeto, reunindo bordados e pinturas da matriarca, e até mesmo a escultura da cachorra da família, que diversas vezes acompanhou os artistas em seu ateliê.

Os murais pintados pela dupla em paredes de prédios ao redor do mundo também estão presentes na exposição através de registros fotográficos e projeções. O universo onírico onde habita a criação dos artistas - batizado por eles de Tritrez - faz surgir instalações como “Templo”, “Um mundo, uma só voz” e “O Abduzido”, que transbordam em cores, luzes e sons.

Obra inédita no Recife
Montada pela primeira vez na Pinacoteca de São Paulo, em 2020, a mostra se adapta por onde passa, em função das características do espaço expositivo. No Recife, por exemplo, não coube o boneco inflável de 17 metros visto em outras cidades. Em compensação, OSGEMEOS criaram uma obra especialmente para a ocasião, colocada na área externa do Instituto Ricardo Brennand.  

Reconhecidos mundialmente, com seus traços espalhados por mais de 40 países, os gêmeos contam que demoraram a receber convites para expor no Brasil. Trazer a mostra panorâmica a Pernambuco é, para eles, a realização do sonho de ter suas obras cada vez mais difundidas no País.

“Por mais que pareça que foi fácil, não foi e ainda não é. Existe um universo muito fechado na arte contemporânea. Conseguir abrir portas e quebrar barreiras é muito difícil. Ouvir ‘não’ ou que o nosso trabalho era ruim nos incentivou a criar cada vez mais. Sempre acreditamos no nosso trabalho”, arremata Otavio.

Serviço:
Exposição “OSGEMEOS: Nossos Segredos”
Quando: de hoje até 27 de agosto, das 9h às 21h
Onde: Instituto Ricardo Brennand (Alameda Antônio Brennand, s/n, Várzea)
Quanto: de R$ 25 a R$ 100

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