Pais na vida real e na ficção, atores falam sobre paternidade
Caco Ciocler, Lúcio Mauro Filho, Malvino Salvador e Hélio de la Peña dividem suas experiências na criação dos filhos
Discutir a paternidade é algo cada vez mais comum, ainda mais com a chegada do Dia dos Pais, comemorado neste domingo (9). Com o avanço da luta feminina por igualdade de gênero, os homens estão cada vez mais ativos na criação dos filhos. Essa mudança também pode ser percebida na teledramaturgia. No ar nas novelas que estão sendo reprisadas pela Globo, os atores Caco Ciocler, Lúcio Mauro Filho, Malvino Salvador e Hélio de la Peña participaram de um bate-papo com a imprensa sobre a papel dos pais na ficção e na vida real.
Casado com a ex-atleta Kyra Grace, Malvino Salvador é pai de três meninas (Sofia, de 11 anos, Ayra, de 5, e Kyara, de 3) e está à espera de um menino. O intérprete de Quinzé, da novela “Fina Estampa”, revela que nunca planejou a chegada dos filhos. “Sempre vive em um ambiente familiar com muita gente. Só que eu tenho que admitir que nenhuma das minhas filhas foi pensada. Foi tudo por ao acaso, mas ao mesmo tempo, sempre que aconteceu, de cara eu falei: ‘Maneiro, vamos embora, vai ser irado’”, conta.
O ator afirma ainda que todas as vezes conseguiu acertar o sexo dos bebês. “As três primeiras eu disse de cara que seriam meninas. Dessa vez, uma coisa bateu em mim que seria menino agora”, diz. Sobre a possibilidade de ser pai pela quinta vez, ele descarta. “O carro não cabe mais ninguém. Viagem internacional, com o dólar alto desse jeito, já era. Mas brincadeiras a parte, encerro a fábrica”, diz.
Durante a pandemia, Malvino aponta que um dos maiores desafios na criação das filhas é ajudar nas aulas on-line. “É uma coisa que preferia não ter feito. Eram 3 horas e meia por dia. Tinha horas que a minha filha estava exausta. Foi um pouco chato para mim e mais ainda para ela”, relembra.
O personagem de Malvino em “Fina Estampa” era pai do pequeno Quinzinho. Ele lembra com saudades da convivência com Gabriel Pelícia, ator que interpretava o menino. “Era muito interessante fazer as cenas com ele, porque eu tive que me aproximar muito dele, criar um intimidade, para conseguir conduzir a cena. Depois de um tempo, consegui ter uma conexão tão boa com ele que, no olhar a gente já se entendia”, revela.
Pai de Joaquim, de 28 anos, João, de 18, e Antonio, de 16, Hélio de la Peña defende que a paternidade é uma atividade em progresso. “Há muitas coisas que você considera erros, mas que acabam sendo experiências. No fim das contas, nossos filhos sobrevivem a nós e melhor do que nós, o que é ótimo”, afirma.
Em “Totalmente Demais”, Helio vive Zé Pedro, pai de Maria (Juliana Louise) e João (Leonardo Lima Carvalho). “Tenho que elogiar o texto de Rosane Svartman e Paulo Halm por trazer um advogado negro que não mora na fábrica. Ele tem casa, tem família, emoções. É uma coisa raríssima nas novelas”, diz.
Caco Ciocler, que está no ar em “Novo Mundo”, conta que a paternidade o ajudou a ser um ator melhor. “Depois que eu virei pai, acessar algumas emoções ficou mais fácil, em todos os níveis: amor, tristeza, saudade, alegria. Meu filho me ensinou sobre o tamanho dessas coisas”, declara o ator, que é pai de Bruno, de 23 anos, e avô de Elis, de 2.
O ator acredita que, por ter sido pai muito jovem, nem sempre acertou na criação do filho. “Sempre soube que aprenderia a ser pai como filho. Era só prestar atenção que ele me mostraria onde eu estava errando e acertando. Até hoje ele me ensina coisas. É um aprendizado que não para”, analisa.
Lúcio Mauro Filho, que interpretou o Roney de “Malhação – Viva a Diferença”, se classifica como um pai “mais da bagunça”. “Eu dei sorte, porque meus filhos são figuras muito atentas. A gente sempre incentiva muito a capacidade da escuta aqui dentro de casa, conversando sobre todos os assuntos. Então, temos uma relação de parceria e troca de experiências, que faz com que o astral esteja sempre lá em cima”, conta o ator, que tem como filhos Bento, de 16, Luiza, de 15, e Liz, de 2.