Paolla Oliveira e Diogo Nogueira: MP fala em 'perseguição há meses'
Com a decisão, serão apurados, além do crime de 'stalking', os de injúria e lesão corporal; português invadiu a residência da atriz no início do ano
A juíza Simone Cavalieri Frota, do IX Juizado Especial Criminal da Capital, determinou a redistribuição do inquérito que indiciou o português Luís Mário Monteiro Piçarra pelo crime de perseguição (stalking) contra a atriz Paolla Oliveira e o seu namorado, o cantor Diogo Nogueira, para uma vara criminal. De acordo com a decisão da magistrada, o procedimento foi instaurado para investigar também injúria e lesão corporal - que ultrapassam os limites da pena privativa da liberdade, previsto no art. 61 da Lei 9.099/95, que regulamenta a competência do Jecrim.
Em sua manifestação, o promotor Márcio Almeida Ribeiro da Silva, alegou que considerar que no inquérito “há inúmeros delitos a serem melhor apurados, especialmente para caracterizar alega perseguição há meses, bem como dinâmica dos fatos superficialmente narrados”.
Paolla Oliveira e Diogo Nogueira procuraram a 16ª DP (Barra da Tijuca), em fevereiro, para narrar que Luís Mário Monteiro Piçarra teria entrado no condomínio onde a atriz mora com o pretexto de reaver um celular de sua propriedade que estaria com ela. Na porta da casa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, ele demonstrou alteração, falou frases desconexas, algumas até incompreensíveis, chegou a gritar palavras ofensivas, a xingar o sambista e até a ameaçá-los de morte com a arma da qual possui porte.
De acordo com o inquérito, Paolla Oliveira contou que já vinha sendo perseguida por Luís Mário havia cerca de três meses por mensagens na sua conta no Instagram. Nos textos, ele chegava a marcar páginas de órgãos oficiais, tais como Polícia Civil, Polícia Federal e Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Em depoimento, a atriz contou que, em agosto do ano passado, ele chegou a se declarar amorosamente pela rede social e a dizer que viria ao Brasil para encontrá-la.
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Também na delegacia, Paolla informou desejar representar contra Luís Mário por se sentir ameaçada pelas mensagens que vinha recebendo, por entender estar sendo vítima de violência psicológica por parte dele pelo fato de ser mulher e pessoa pública e por classificar que ele estava abusando de seu direito de livre manifestação. Ao delegado Leandro Gontijo, titular da distrital, ela solicitou medidas protetivas de afastamento e proibição de qualquer forma de contato com o português, deferidas pelo Poder Judiciário.
Já Diogo Nogueira relatou estar na casa da namorada, no dia 5 de fevereiro, quando foram informados por uma funcionária que havia uma pessoa no interfone dizendo que um rapaz português teria vindo buscar um celular. Quando Paolla perguntou as características do homem, informou ser o mesmo que a havia ameaçado por meio do Instagram e não permitiu a entrada, mas ele permaneceu nas redondezas. Nesse momento, o cantor, que estava indo a um vizinho pedir que abaixasse o som porque a atriz estava realizando um trabalho publicitário na residência, encontrou Luís Mário, que, segundo o cantor, passou a ofendê-lo.
O sambista disse que o homem foi na sua direção e gritou: "Filho da puta que está estragando a minha vida!" e "Imbecil". Sentindo-se ameaçado e na iminência de ser agredido, Diogo desferiu um soco contra Luís Mário, segundo a sua versão. Na ocasião, os seguranças do condomínio intervieram, acionaram o 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes), que encaminharam o português à 16ª DP.