Paolla Oliveira: português indiciado por perseguição alega transtornos neurológicos
A atriz contou que já vinha sendo perseguida por Luís Mário havia cerca de três meses por mensagens no Instagram
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O português Luís Mário Monteiro Piçarra - indiciado pela Polícia Civil do Rio pelo crime de perseguição (stalking) contra a atriz Paolla Oliveira e seu namorado, o cantor Diogo Nogueira - alegou sofrer transtornos neurológicos.
Em petição ao juiz Diego Fernandes Silva Santos, da 32ª Vara Criminal, ele explicou que, na ocasião da invasão a casa da atriz, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, estava no Brasil desacompanhado de familiares e acabou por descontinuar o tratamento medicamentoso, o que lhe causou severas crises.
“(…), após a vinda de seus genitores, no mês de março, após os eventos, finalizado seu comparecimento em sede policial, fora levado de volta a Europa, se encontrando sob intenso tratamento medico, entre regime ambulatorial e de internação, tudo com acompanhamento e apoio da família, já que possui vasto e antigo histórico de problemas de natureza neurológica, não podendo ficar afastado de familiares e sem tratamento medicamentoso continuo”, escreveu o advogado Ismael Abraham Abuawad, que assina a petição.
Luís Mário Monteiro Piçarra ainda envia ao magistrado um laudo médico assinado pelo psiquiatra brasileiro Olavo de Campos Pinto Júnior, em 23 de março desse ano, em que o profissional o diagnostica com Mania do Transtorno de Humor Bipolar e informa que ele faz uso de dois medicamentos controlados.
No documento, o médico afirma que a primeira consulta com o português se deu em 25 de novembro de 2021, quando ele apresentou “humor claramente alterado, com ideias de grandeza, delírio de grandeza, em realidade”.
“Nos preocupou de imediato ele estar só, sem apoio familiar ou social numa cidade/país estranhos. Seu pai nos informou depois que, antes de permitir sua vinda para cá, o submeteu a uma avaliação psiquiátrica, em Lisboa, sendo liberado para tal. Foi, desde as primeiras consultas, muito difícil o contato e a adesão adequada ao tratamento, já que o paciente referido não possui ou possuía qualquer noção que estava ou é enfermo. Fizemos então o que foi possível, iniciar um tratamento inicial, não sendo, entretanto, o ideal”.
Olavo de Campos Pinto Júnior pontua que ocorreram outras quatro consultas médicas, entre dezembro e março, e, diante de contato com o pai do português, foi detectada a necessidade de retorno do rapaz a Europa, para “supervisão e suporte familiar, em intenso tratamento, de preferência hospitalar”. “Nesse momento, ele já no Brasil só e sem supervisão, foi muito difícil retirá-lo do Rio de Janeiro, já que o mesmo se recusava”.
“Ocorreram os fatos conhecidos e hoje no âmbito da investigação policial. Devo salientar o interesse e participação de seu pai em cuidar de seu filho, ainda que à distância. Nossa recomendação expressa é que ele retorne quanto antes à Lisboa, Portugal, para, sob supervisão e cuidado de seu pai e outros familiares, possa ser vigorosamente tratado, inclusive em regime de internação hospitalar, para sua recuperação efetiva e contínua estabilização”, atestou o psiquiatra.
Na petição, o advogado de Luís Mário Monteiro Piçarra afirma que ele retornou a Portugal por estar no Brasil com visto de turista e anexa o cartão de embarque que mostra que seu voo saiu do Rio, com destino a Lisboa, às 17h10 do dia 25 de março.
“Finalmente, no caso de necessidade de sua oitiva, desde já se requer que seja esta deferida por meio de videoconferência, de modo que possa exercer seu direito de defesa mesmo do local onde se encontra sendo medicado, mediante internação (Portugal)”, afirma o advogado.
Paolla Oliveira e Diogo Nogueira procuraram a 16ª DP (Barra da Tijuca), em fevereiro, para narrar que Luís Mário Monteiro Piçarra teria entrado no condomínio onde a atriz mora com o pretexto de reaver um celular de sua propriedade que estaria com ela.
Na porta da casa, ele demonstrou alteração, falou frases desconexas, algumas até incompreensíveis, chegou a gritar palavras ofensivas, a xingar o sambista e até a ameaçá-los de morte com a arma da qual possui porte.
De acordo com o inquérito, Paolla Oliveira contou que já vinha sendo perseguida por Luís Mário havia cerca de três meses por mensagens na sua conta no Instagram. Nos textos, ele chegava a marcar páginas de órgãos oficiais, tais como Polícia Civil, Polícia Federal e Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Em depoimento, a atriz contou que, em agosto do ano passado, ele chegou a se declarar amorosamente pela rede social e a dizer que viria ao Brasil para encontrá-la.
Também na delegacia, Paolla informou desejar representar contra Luís Mário por se sentir ameaçada pelas mensagens que vinha recebendo, por entender estar sendo vítima de violência psicológica por parte dele, pelo fato de ser mulher e pessoa pública e por classificar que ele estava abusando de seu direito de livre manifestação.
Ao delegado Leandro Gontijo, titular da distrital, ela solicitou medidas protetivas de afastamento e proibição de qualquer forma de contato com o português, deferidas pelo Poder Judiciário.
Já Diogo Nogueira relatou estar na casa da namorada, no dia 5 de fevereiro, quando foram informados por uma funcionária que havia uma pessoa no interfone dizendo que um rapaz português teria vindo buscar um celular.
Quando Paolla perguntou as características do homem, informou ser o mesmo que a havia ameaçado por meio do Instagram e não permitiu a entrada, mas ele permaneceu nas redondezas.
Nesse momento, o cantor, que estava indo a um vizinho pedir que abaixasse o som porque a atriz estava realizando um trabalho publicitário na residência, encontrou Luís Mário, que, segundo o cantor, passou a ofendê-lo.
O sambista disse que o homem foi na sua direção e gritou: "Filho da puta que está estragando a minha vida!" e "Imbecil". Sentindo-se ameaçado e na iminência de ser agredido, Diogo desferiu um soco contra Luís Mário, segundo a sua versão. Na ocasião, os seguranças do condomínio intervieram, acionaram o 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes), que encaminharam o português à 16ª DP.