"Frevo do Hospício", da Banda de Pau e Corda, impulsiona contagem regressiva para o Carnaval
Lançado nesta terça (3) nas plataformas digitais, canção de Sérgio Andrade é inspirada na "loucura" do Carnaval de Olinda saudado por Alceu Valença
"Da cabeça aos pés, de baixo pra cima", o típico ''movimento doido' do Carnaval de Pernambuco, o Frevo, ganha mais um contorno memorável no single "Frevo do Hospício" - canção da Banda de Pau e Corda, lançada nesta terça-feira (3) nas plataformas digitais.
É de Sérgio Andrade, à frente da Pau e Corda, a composição inédita - cuja estreia impulsiona a contagem regressiva para a folia pelas bandas de cá e reforça a importância de um dos nomes que simbolizam o Carnaval do Estado, o cantor e compositor Alceu Valença.
"Fiz este frevo inspirado na força que o próprio frevo e a festa carnavalesca têm em nosso imaginário. E pensando nessa força, não tem como fugir da presença marcante de Alceu Valença, o rei do Carnaval pernambucano", ressalta Sérgio, à frente da Pau e Corda ao lado deúlio Rangel (viola), Sérgio Eduardo (baixo), Yko Brasil (flauta), Zé Freire (violão) e Alexandre Baros (bateria e percussões).
Frevo 'das Olindas'
Ouvir o Frevo e percebê-lo como identidade pernambucana é regra o tanto quanto relacionar a longeva Pau e Corda à sonoridade nordestina - premissa, aliás, presente desde a década de 1970 com "Vivência" (RCA), álbum inaugural da banda.
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E para falar do Carnaval em Pernambuco, é imperioso falar também - e à parte - dos festejos em Olinda e no singular sobe e desce de ladeiras que culminam em pontos de apogeu.
"(...) com suas aparições históricas na varanda de sua casa, que ao cantar para o povo de lá do alto, colocava as ladeiras em polvorosa. É essa imagem do hospício que estou representando na letra dessa canção", arremata Sérgio, ainda sobre a influência de Alceu em seu "Frevo do Hospício", cuja consequência é mesmo a de sair "doido, doido, doido".
Pau, Corda e Poesia
Com participação de Maestro Spok, produção musical de Baros e Zé Freire, que também assinam o arranjo junto a Júlio Rangel, o "Frevo do Hospício" entrega em euforia, mas sobretudo em 'memórias afetivas-carnavalescas', transportadas a partir do entremeio entre a delicadeza vocal de Sérgio Andrade e os trompetes, trombones e bateria dos músicos que o acompanham.
Como atestou o próprio Sérgio, em postagem na rede social: "Pense na alegria de reunir um time de peso desses na construção desse nosso novo frevo para o Carnaval 2025".
De fato, coube a Augusto França e Enok Chagas a vibração dos trompetes, a Marcone Túlio e Elci Ramos, os sopros aguçados dos trombones e a Adelson Silva o poderio da bateria que ajudam no "criando o clima" da letra que reforça a singularidade da Banda de Pau e Corda, notável em (re)criar fusões, sem renunciar à essência de, em um 'frevo futurista', ser do Recife "com orgulho e com saudade".
Serviço
Single "Frevo do Hospício", da Banda de Pau e Corda
Lançado nesta terça-feira (3) nas plataformas digitais
FREVO DO HOSPÍCIO (Sérgio Andrade)
É frevo da cabeça aos pés
É frevo de baixo pra cima
E nesse movimento doido
A gente vai criando um clima
A gente pula, pula, pula
Sai parecendo pipoca
Quando ele toca, toca, toca
Da sacada desse hospício
Eu saio doido, doido, doido
Atirando pedra e beijo
E sigo dando, dando, dando
Pirueta em precipício
É frevo da cabeça aos pés
É frevo de baixo pra cima
E nesse movimento doido
A gente vai criando um clima
Porque ele gruda, gruda, gruda
No céu da sua boca
Como chiclete ele prega
No tecido da sua roupa
A vida é louca, louca, louca
E não temos analista
Me dê uma pista, a vida é pouca
E esse frevo é futurista