Logo Folha de Pernambuco

Morte de Paulinha Abelha

Laudos indicam substâncias e doenças que podem ter causado morte de Paulinha Abelha

Remédios para ansiedade, fórmulas para emagrecer e erva asiática potencialmente hepatóxica constavam no tratamento da artista

Cantora Paulinha AbelhaCantora Paulinha Abelha - Foto: Reprodução/Instagram

Um receituário médico com as substâncias usadas por Paulinha Abelha antes da sua internação e um laudo realizado no fígado da cantora apontam mais indícios para a possível causa da sua morte.

O documento mostra que o óbito da artista pode ter sido em decorrência de quatro doenças: meningoencefalite, hipertensão craniana, insuficiência renal aguda e hepatite.

Segundo reportagem do "Domingo Espetacular", da Record TV, exibida nesse domingo (6), o exame indicou uma necrose que poderia corresponder a uma “injúria hepática induzida por medicamentos”. Já a receita, fornecida pela própria nutróloga da artista, indica 17 substâncias que, combinadas, poderiam ter sobrecarregado o funcionamento do seu fígado.

Entre as substâncias estão um antidepressivo, um redutor de apetite, um suplemento alimentar, um regulador do sono, um estimulante, calmantes naturais, uma cápsula para memória e concentração e uma fórmula que promete inibir o apetite e reduzir medidas. Um de seus componentes é a erva asiática Garcinia Gambogia, que é potencialmente hepatóxica e pode levar a uma hepatite fulminante.

Um dos medicamentos encontrados no corpo da cantora foi um tarja preta geralmente usado para tratar Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH). Esse composto, no entanto, tem como efeitos adversos redução de apetite, náuseas, vômito e perda de peso.

Na receita também constava um combinado do fármaco orlistate com morosil - um extrato de suco de laranja vermelho que combate a gordura localizada. Seus componentes inibem as enzimas do fígado, dificultando que o órgão exerça a sua função.

De acordo com os médicos ouvidos pela reportagem, a associação medicamentosa criou uma alta demanda para ser processada, o que acabou sendo dificultado pelo uso do morosil.

O problema teria sido agravado pela possível aplicação de barbitúricos. Estes sedativos não constam na receita da nutróloga, mas foram encontrados no painel toxicológico. Em geral, são ministrados em hospitais.

Por meio de uma nota, a nutróloga da cantora informou a reportagem do "Domingo Espetacular" que Paulinha Abelha iniciou o tratamento com ela em 2020, e que "todos os medicamentos prescritos para a paciente o foram dentro de todos os protocolos médicos previstos para o quadro clínico que esta se apresentava".

Carreira
Paula de Menezes Nascimento Leça Viana estava no Calcinha Preta desde 1998, quando entrou por indicação de Daniel Diau, cantor que havia ingressado recentemente na banda. Nascida em Simão Dias, pequena cidade de pouco mais de 40 mil habitantes do interior de Sergipe, ela começou a cantar aos 12 anos em trios elétricos. Ainda jovem, fez parte das bandas Flor de Mel e Panela de Barro, mas precisou interromper a carreira por dificuldades financeiras.

Com o Calcinha Preta, Paulinha participou de gravações de sucesso, como "Louca por ti", "Ainda te amo", "Baby doll" e "Liga pra mim", em mais de 20 álbuns gravados com o grupo. Também ficaram marcadas as idas e vindas de Paulinha Abelha na banda. Sua primeira saída foi em 2010, quando trocou o grupo pelo GDO do Forró, mas voltou meses depois.

No mesmo ano, ela arriscou um projeto ao lado de Marlus Viana, seu marido à época, que acabou não dando certo, o que fez com que ela retornasse ao Calcinha Preta. Paulinha saiu do grupo em outras duas oportunidades, em 2016, mas voltou em 2018, permanecendo desde então.

Veja também

''Você pode tirar todo o resto de mim. Nada mais importa'', diz Angelina Jolie sobre maternidade
DECLARAÇÃO

''Você pode tirar todo o resto de mim. Nada mais importa'', diz Angelina Jolie sobre maternidade

Circo Experimental Negro apresenta a 2ª edição da mostra DNA Afro
arte circense

Circo Experimental Negro apresenta a 2ª edição da mostra DNA Afro

Newsletter