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Pernambucana Duda Martins dirige série sobre poesia de Bráulio Bessa

Jornalista percorreu o Brasil para mostrar histórias de pessoas tocadas pela literatura do cearense

Duda Martins e Bráulio BessaDuda Martins e Bráulio Bessa - Foto: Acervo Pessoal/Duda Martins

“Poesia que transforma”, série documental que estreia nesta quarta-feira (22), no Globoplay, leva a assinatura da pernambucana Duda Martins. Em sua primeira direção audiovisual, a jornalista, documentarista e atriz viajou pelo Brasil para mostrar o alcance da obra do poeta cearense Bráulio Bessa.

Parte da equipe do programa “Encontro com Fátima Bernardes” há sete anos, a diretora se deu conta do impacto causado pelos textos do escritor a partir das impressões dos telespectadores após as participações no quadro “Poesia com rapadura”. “A gente recebia muitas mensagens, falando não só sobre ele, mas de como os seus poemas foram inspiradores para aquelas pessoas. Eram relatos muito bonitos, que eu passei a coletar”, conta.

A ideia do projeto nasceu em 2018, mas só neste ano ela saiu do papel. Ao lado de Bráulio e de uma equipe da plataforma de streaming, Duda percorreu 15 cidades de 10 estados, de Norte a Sul do País, filmando ao longo de quatro meses. A série foi dividida em cinco episódios. Cada um deles apresenta três personagens, que revisitam suas próprias trajetórias e falam sobre suas relações com os versos do poeta.  

 

“A poesia, às vezes, parece algo muito etéreo e metafórico. Depois de entrar em contato de fato com essas pessoas, fiquei impressionada ao ver como isso é concreto. No quarto episódio, por exemplo, mostramos uma mãe que perdeu o filho e encontrou forças para levantar da cama depois de receber um poema do Bráulio pelo WhatsApp. Foi quando vi que o título do projeto realmente faz jus ao que ele representa”, aponta.

Ao olhar para as diferentes histórias contadas, o trabalho documental vai além do registro sobre a obra literária. “Esse é um documentário do agora. Primeiro, porque gravamos no meio da pandemia. As pessoas estavam enclausuradas há muito tempo, loucas para botarem para fora o que estavam sentindo. Além disso, todos personagens dialogam diretamente com temas urgentes, como racismo, xenofobia e transfobia”, diz.

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