Pernambucano Fernando Athayde lança a HQ de estreia 'A Saga do Porco Dourado'
O artista, que também é jornalista e ilustrador, lançou a História em Quadrinhos (HQ) “A Saga do Porco Dourado”, pela editora independente Elefantes na Sala, com base no gênero “Shonen”
Criatividade, surpresas e reviravoltas na história de um herói improvável. Talvez esses três elementos ajudem a sintetizar a obra de estreia do quadrinista e músico pernambucano Fernando Athayde. O artista, que também é jornalista e ilustrador, lançou a História em Quadrinhos (HQ) “A Saga do Porco Dourado”, pela editora independente Elefantes na Sala, com base no gênero “Shonen” - uma categoria de animes e mangás direcionada ao público masculino juvenil. O livro tem prefácio assinado por Dandara Palankoff, tradutora, jornalista e co-editora da revista Plaf.
Geralmente, o gênero shonen ou shounen está intimamente ligado à jornada de personagens heróicos, fortes ou poderosos. Na “Saga do Porco Dourado”, Fernando Athayde destrincha e faz do gênero à sua maneira, construindo a história de um herói com muitas surpresas e reviravoltas na história. Durante a narrativa, que se passa no Recife, elementos do cotidiano do Estado vão surgindo, a exemplo do manguezal e da rede “bom presso”, e construindo uma identificação com o leitor e consumidor local - que pode se enxergar no protagonista da história.
Athayde conta que as surpresas na história não foram programadas. O livro foi escrito em meio a um período que ele estava ocupado com outras tarefas. “Essas reviravoltas que acontecem na história não foram muito programadas, porque eu fiz essa história sem roteiro. Na verdade, eu estava muito atarefado por causa do mestrado em indústrias criativas e aí a saga do Porto Dourado foi meio que um momento de lazer entre as horas de estudo, sabe? Então eu pegava o as rebarbas de papel que eu tinha, de um outro trabalho que eu fiz, que sobrou uma série de tiras de papel, exatamente no formato que a história foi desenhada”, explica o quadrinista.
Mesmo aqueles que não estão acostumados ao gênero podem sentir e se identificar com as referências trazidas na HQ. Para construí-la, Fernando utilizou de memórias da sua infância e que fazem parte de uma afetividade de gerações brasileiras. “Eu cresci nos anos 1990. Então, assim, assistia muito a rede manchete, assistia os animes, assistia aquela coisa toda e essas obras impactaram na minha vida, mas só que elas impactaram na minha vida através do filtro que era a televisão e o ambiente onde eu tava. Naturalmente, quando eu fui escrever as minhas histórias, eu queria incorporar alguns elementos estéticos daquelas obras, por exemplo, o a saga do Porto Dourado, ela é um, como se fosse um shonen, que é um mangá infanto-juvenil, tipo Yu Yu Hakusho, Dragon Ball e Naruto”, conta.
Editora
O livro está sendo lançado pela editora independente Elefantes na Sala, que nasceu a partir do momento em que ele ingressou no mestrado em Indústrias Criativas da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Atualmente, o selo tem uma loja on-line, onde podem ser adquiridos os produtos relacionados à nona arte. “Os quadrinhos são uma expressão de muito fácil acesso. Tem uma linguagem muito popular. E se mantém em alta mesmo com o aumento de derivados da celulose que tivemos agora”, enfatiza o autor.
O selo rendeu uma publicação do artigo científico “Innovation and Creativity in the Independent Market of Comic Books in Brazil”, escrito em parceria com o pesquisador Rodrigo Sérgio Paiva, que mapeou o trabalho de mais de 250 artistas brasileiros e, em julho, será apresentado em Nova Iorque durante a 12th International Conference on Applied Human Factors and Ergonomics. O livro pode ser encontrado por R$ 27,90 no site da editora.
SERVIÇO
Fernando Athayde lança o gibi A Saga do Porco Dourado por meio do selo próprio Elefantes Na Sala
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