"Planeta dos Macacos: O Reinado" estreia nesta quinta-feira (9); leia a crítica do filme
Sequência toma um novo rumo e honra o legado de seus antecessores com ação e reflexão
Macacos e humanos podem conviver juntos? A pergunta intrínseca à saga "Planeta dos Macacos" ganha uma nova perspectiva após a conclusão da guerra na última trilogia, em 2017.
"Planeta dos Macacos: O Reinado", que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (9), se passa várias gerações depois de César liderar a sua espécie rumo à liberdade e agora tem que lidar com as controvérsias históricas dos feitos do primeiro ancião dos macacos.
Humanos extintos
Por outro lado, após perder a capacidade de falar, os humanos começaram a ser considerados, praticamente, extintos, se tornando sobreviventes impotentes.
Neste novo cenário, novas sociedades de macacos foram capazes de se desenvolver de forma segura, após César ter tido êxito na imigração do seu povo para um oásis. Porém, essas novas gerações de primatas evoluídos parecem ter esquecido das realizações do antigo líder e da mensagem de união deixada por ele.
O novo protagonista dessa sequência é o jovem macaco Noa (Owen Teague) que, ao ver o seu clã invadido e capturado por um exército de macacos saqueadores, parte em uma viagem para resgatar o seu povo. Durante a jornada, ele descobre através do último membro da Ordem de César, Raka (Peter Macon), a história da sua espécie e da importância do antigo protagonista na luta pela liberdade dos macacos.
União faz a força
"Unidos somos mais fortes" é a reflexão expressa por Raka quando Noa cruza com a jovem humana Mae (Freya Allan), enaltecendo o pensamento de César sobre uma hierarquia horizontal entre os macacos e a capacidade de desenvolver uma relação harmônica com os humanos.
Inspirado pelas histórias do império romano, o tirano Proximus escraviza outros grupos de sua espécie com objetivo de conseguir ter acesso a um silo utilizado pelos seres humanos para armazenar diversas tecnologias, incluindo armas e computadores.
O vilão se nomeia como o novo César e distorce o legado do seu antecessor para justificar a sua filosofia de dominação e violência contra os macacos.
Leia também
• Fernanda Montenegro sobre estar em cena aos 94 anos: "No palco? Me sinto viva"
• Confira a programação dos cinemas do Recife e RMR (09/05 a 15/05)
• Kulturforum: CCBA promove debate sobre audiovisual local com coordenadora do Fundo Mundial do Cinema
Novo rumo
Inicialmente, o diretor Wes Ball (de "Maze Runner") havia pensado desenvolver uma prequela antes dos eventos da história de César, mas "Planeta dos Macacos: O Reinado" representa um novo passo para a franquia, dando continuidade ao trabalho iniciado por Rupert Wyatt, em "Planeta dos Macacos: A Origem", de 2011.
Em "Planeta dos Macacos: O Confronto (2014)" e "Planeta dos Macacos: A Guerra (2017)", Matt Reeves assumiu a direção do projeto e conseguiu concluir bem a trilogia de César, apontando a arrogância como uma falha e a tolerância como o caminho.
Seguindo seus antecessores, nessa narrativa que antecede a história do filme "O Planeta dos Macacos", de 1968 (baseado no livro do francês Pierre Boulle), o Ball conseguiu demonstrar novas nuances para a saga, como a importância do registro histórico de forma que sirva de ferramenta para capacitar as espécies na construção dos seus próprios tempos. A necessidade de compreender o passado se torna uma urgência para o desenvolvimento do presente, assim podendo almejar um futuro próspero.
Ball não foge do conflito quando necessário, ele dirige muito bem as cenas de ação e faz bom uso dos efeitos visuais para a imersão durante o filme. Em "Planeta dos Macacos: O Reinado", o ensinamento de César continua como resposta para a arrogância dos seres humanos e permanece importante para o seu povo não esquecer que os oprimidos devem se unir…por César.