Poeta chileno Pablo Neruda foi envenenado, aponta estudo
Informação foi divulgada pelo sobrinho do escritor, Rodolfo Reyes, nesta segunda-feira
Um estudo dos restos mortais do poeta chileno Pablo Neruda revelou que o Nobel da Literatura foi assassinado e morreu envenenado, segundo afirmou sua família nesta segunda-feira. Apesar de suspeitas sobre as circunstâncias da morte do artista terem sempre existido, a posição oficial era a de que o escritou morreu em decorrência de um câncer de prostata.
Segundo a versão oficial, Neruda morreu de câncer de próstata aos 69 anos no dia 23 de setembro de 1973, doze dias depois do golpe militar que derrubou o governo do presidente Salvador Allende.
O estudo sobre a morte do poeta será publicado na revista Nature, nesta quarta-feira. A informação do resultado do estudo foi divulgada nesta segunda-feira por Rodolfo Reyes, sobrinho do chileno.
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Segundo Reyes, teste apontaram a presença da bactéria Clostridium botulinum em grande quantidade no organismo de Neruda, o que seria um indicativo de envenenamento. A bactéria é a mesma que produz a toxina causadora de botulismo e foi descoberta primeiro no dente exumado do escritor em 2017.
"Encontramos a bala que matou Neruda e estava em seu corpo. Quem disparou? Descobriremos em breve, mas não há dúvida de que Neruda foi morto por intervenção direta de terceiros", disse Reyes a agência Efe.
Segundo o sobrinho de Neruda, uma análise feita por pesquisadores da Universidade McMaster, no Canadá, e da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, determinou que a bactéria não chegou no corpo do poeta após sua morte.
Há dez anos, um juiz chileno determinou a exumação dos restos mortais do poeta após seu motorista, Manuel Araya, ter revelado que Neruda havia ligado para ele do hospital. Agitado, o escritor avisou a Araya que havia recebido uma injeção enquanto dormia. Horas depois, Neruda morreu.