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Por que C. Gambino, rapper morto em ataque na Suécia, sempre usava máscara?

Assim como ele, outros nomes do drill colocam escondem o rosto

O rapper sueco C. Gambino, assassinado na terça-feira, 4 de junho O rapper sueco C. Gambino, assassinado na terça-feira, 4 de junho  - Foto: Divulgação/ Warner Music Sweden

Conhecido como rapper mascarado, o cantor C. Gambino foi morto a tiros em um ataque na Suécia.

O artista de 26 anos havia estacionado seu carro em uma garagem em Gotemburgo, na noite de terça-feira (11), quando os criminosos dispararam em direção a ele.

Segundo a polícia local, o artista foi levado às pressas para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu pouco depois.

Após a morte de C. Gambino chamou atenção o fato de o rapper ter sempre usado uma máscara em suas aparições públicas seja em campanhas publicitárias, vídeos ou shows.

Isso acontecia porque C. Gambino é um representante sueco do drill, subgênero do rap que é forte nos EUA, sobretudo em Chicago, e no Reino Unido. É no drill que os rappers costumam usar máscaras customizadas ou balaclavas.

 

Mas por que eles usam máscaras?
Muitos rappers (a maioria absoluta no drill é de homens) dizem que usam máscaras ou balaclavas para se protegerem da polícia, de gangues rivais, de membros de suas famílias que não sabem que eles têm uma carreira artística, de professores nas universidades onde estudam e até mesmo dos pastores as igrejas frequentadas por suas famílias.

É também para não serem identificados que muitos rappers do drill britânico usam nomes artísticos como S1, LD, AM, KO e C1. Há ainda o fato de que máscaras e sobretudo as balaclavas se tornaram um item fashion para os jovens artistas. É uma maneira de se destacar na cena musical. Nos últimos cinco anos, o drill se tornou uma alavanca de mobilidade social para jovens rappers com milhões de views no Youtube e milhões de streams em plataformas como o Spotify.

C. Gambino, por exemplo, tem cerca de 1 milhão de ouvintes mensais no Spotify. Sua faixa mais popular na plataforma, "Dör För Dig", ja foi ouvida mais de 4,7 milhões de vezes.

"Alguns se cobrem porque suas famílias não sabem que eles estão no rap ou que são parte de uma gangue. Mas eu conheço jovens que usam máscaras e balaclavas e não têm nenhuma participação nessas loucuras. São bons garotos, que tentam parecer com os rappers, então se cobrem. Eu sempre usei a minha, estava sempre coberto. E isso acontecia sobretudo por causa da área de onde venho", explicou o rapper S1 em entrevista ao site The Face.

Quem foi C. Gambino
C. Gambino, cujo nome real era Karar Ramad, foi um dos principais rappers da Suécia e tinha cerca de um milhão de ouvintes por mês no Spotify.

O rapper chamou a atenção dos fãs de hip hop em 2019 com a faixa "Rebell". Seu álbum de estreia, "Sin City", chegou ao segundo lugar na parada sueca em 2022, principalmente por causa das faixas "M5" e "CCTV".

Seu segundo álbum, "In Memory of Some Standup Guys", foi um dos lançamentos mais populares do início de 2024, ajudando o rapper a conquistar o prêmio de Hip Hop do Ano no Grammis, o principal prêmio musical da Suécia.

C. Gambino nunca confirmou a origem de seu nome artístico, mas especula-se que seja uma alusão ao nome de uma das cinco famílias que formam a máfia de Nova York.

Apesar disso, a relação do rapper com o crime organizado nunca foi provada. De acordo com a imprensa sueca, C. Gambino tinha registro criminal por ofensas menores, mas concentrou-se em sua carreira musical.

A polícia de Gotemburgo disse ao jornal Expressen na quarta-feira que estava investigando se o tiroteio estava relacionado ao conflito de longa data entre gangues nas partes norte e sul do subúrbio de Biskopsgården.

O jornal Aftonbladet relatou que o jovem de 26 anos havia administrado um negócio conjunto com um homem que a polícia acredita ser membro do grupo Norra Biskop e que havia sido considerado culpado anteriormente por crimes de gangue.

"Só posso dizer que ele é conhecido por nós de antes e há uma conexão em rede. Mas não quero dar mais detalhes do que isso", disse Thomas Fuxborg, da Polícia de Gotemburgo, ao jornal.

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