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"Preço dinâmico" de ingresso para show do Oasis irrita fãs, e políticos do Reino Unido se posicionam

Valores de um mesmo setor triplicaram; líder da Câmara dos Comuns disse não acreditar na transparência do processo

Noel e Liam Gallagher, do Oasis Noel e Liam Gallagher, do Oasis  - Foto: Reprodução/Instagram

O sistema de "precificação dinâmica" — que altera o preço de ingressos de shows de acordo com a demanda online — irritou fãs do Oasis na última semana, que ficaram horas na fila virtual e viram os custos triplicarem. Segundo o jornal The Guardian, depois de passarem horas tentando finalizar a compra, muitos descobriram que os valores de pista saltaram de £135 para £355 (cerca de R$ 997 para R$ 2.623).

A líder da Câmara dos Comuns e membro do Partido Trabalhista, Lucy Powell disse ter pagado "mais do que esperava". Ela não gosta do modelo de precificação dinâmica por não ter certeza sobre a "total transparência" do processo. 

 

Jamie Stone, porta-voz de cultura do Partido Liberal Democrata, disse: “É escandaloso ver os maiores momentos culturais do nosso país sendo transformados em verdadeiras minas de ouro por promotores gananciosos e sites de venda de ingressos. O fiasco dos ingressos do Oasis deve ser um ponto de virada e levar a uma investigação oficial, seja pelo órgão regulador ou por uma entidade parlamentar.”

A Ticketmaster, controlada pela gigante americana do entretenimento Live Nation, defendeu o modelo de precificação dinâmica, que também é usado por aplicativos de transporte e companhias aéreas, e afirmou que não define os preços dos ingressos. Disse também que este sistema é uma forma de desencorajar cambistas e que as taxas de "alta demanda" são combinadas com os artistas.

Na Irlanda, os fãs passaram pela mesma situação: ingressos que custavam €86,50 (cerca de R$ 539) viraram €415,50 (R$ 2.590). Isso fez com que a Regina Doherty, deputada no Parlamento Europeu pedisse uma investigação sobre os preços que, "certamente não eram justos para os consumidores".

“Todo ingresso para esses shows sempre estaria 'em alta demanda', então colocar um rótulo extra e cobrar mais €300 por alguns ingressos de pista é simplesmente extorsivo”, disse Regina.

No ano passado, a Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, disse estar ciente das insatisfações com o precificação dinâmica e prometeu monitorar a situação de perto. Na época, a comissão afirmou que a "imposição de preços excessivos por uma empresa dominante" seria uma violação da lei do bloco.

O próprio Departamento de Justiça dos EUA anunciou, no início deste ano, a abertura de um processo contra a Live Nation por "monopolização e outras condutas ilegais que impedem a concorrência nos mercados da indústria de entretenimento ao vivo".

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