Prefeito do Rio de Janeiro confirma Carnaval sem restrição de público em 2022
Eduardo Paes (PSD) disse que a folia no Rio vai acontecer em 2022 sem restrições
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), confirmou na manhã deste domingo (3), em entrevista para O Globo durante evento no Méier, que a cidade receberá festejos de Carnaval em 2022 sem medidas de restrição ou distanciamento social - especuladas devido à pandemia de covid-19.
Paes declarou que a ciência "tem permitido" o avanço no processo de reabertura dos ambientes na capital fluminense.
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"Não vamos ficar também viúvas da pandemia, querendo que se tenha pandemia o resto da vida. A ciência avançou, venceu e permitiu que se abra. Então vamos abrir, graças a Deus", acrescentou o prefeito.
Eduardo Paes falou ainda sobre o "passaporte da vacina". "Pelo que estou vendo, as pessoas estão muito colaborativas. Ações agora são para abrir, voltar ao normal. Minha filha mesma foi numa festa sexta, grande, e teve que fazer teste antes. E as pessoas estão respeitando, fazem felizes porque sabem que é para a saúde dos outros."
A Prefeitura do Rio planeja permitir, sem medidas restritivas e exigência de distanciamento social, a realização também das festas de Réveillon em dezembro, além do Carnaval de fevereiro de 2022, desde que haja um controle da pandemia de coronavírus nos próximos meses.
"A Prefeitura do Rio trabalha para que tanto o Réveillon quanto o Carnaval ocorram em sua plenitude sem a necessidade de qualquer medida restritiva. Mas somente será possível realizá-los desta maneira com a população vacinada e a pandemia de Covid-19 controlada", afirmou à reportagem, em nota, a assessoria do prefeito Eduardo Paes (PSD).
Na sexta-feira (1º), uma audiência da Câmara dos Vereadores do Rio discutiu a possível realização do Carnaval em 2022. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, sinalizou que a capital fluminense precisa de baixas taxas de contágio por coronavírus para poder receber o evento em fevereiro.
"A expectativa é ter mais de 90% da população adulta carioca vacinada com a segunda dose até meados do mês de novembro. A gente acredita que até dezembro vamos ter um panorama epidemiológico muito diferente, se não tiver uma nova variante", afirmou o secretário.
"Mas é uma doença nova, tem outras variáveis que podem interferir no processo, e é preciso cautela", acrescentou.
Na mesma audiência, o presidente da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro), Jorge Perlingeiro, disse que o caminho seria adiar o desfile se houvesse necessidade de restrições.
"Caso não possamos realizar o Carnaval em sua plenitude no mês de fevereiro, o espetáculo será prorrogado para julho. Não podemos reduzir o seu tamanho, nem em público, porque assim não teremos dinheiro para bancar o evento, nem em participação dos componentes", apontou Perlingeiro.
Representantes de blocos de rua manifestaram preocupação com o pouco tempo de preparação e querem uma data limite para decisão sobre a festa.
"A ciência e a vida estão acima de qualquer decisão. Não faremos Carnaval se os órgãos públicos não derem, em tempo hábil, o sinal verde de que há condições", afirmou Rita Fernandes, presidente da liga de blocos da Sebastiana.
Em meio a um processo de reabertura de atividades, o Rio passou a exigir o chamado passaporte de vacinação. Com a medida, os cariocas precisam comprovar que tomaram a vacina contra a Covid-19 para ter acesso, por exemplo, a academias, estádios, cinemas, museus e feiras comerciais.
O comprovante chegou a ser suspenso após decisão do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro). A medida, contudo, foi derrubada pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luiz Fux, na semana passada.
Conforme painel da prefeitura, 99,2% da população maior de 12 anos já recebeu a primeira dose ou a dose única da vacina contra a Covid-19. O percentual daqueles que já tomaram as duas doses ou a dose única dos imunizantes é de 65,9%.
Na sexta-feira, a prefeitura informou que os casos notificados por Covid-19 e os atendimentos na rede de urgência e emergência por síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave "mantêm tendência de queda sustentada". Dados atualizados neste domingo (3) indicam que a taxa de ocupação de leitos hospitalares na rede pública da cidade é de 48%.