Prêmio Camões vai para o acadêmico português Vítor Aguiar e Silva
O pesquisador de 81 anos foi, aliás, um dos fundadores do Instituto Camões, voltado à promoção da língua portuguesa no exterior
O escritor português Vítor Aguiar e Silva foi o vencedor deste ano do prêmio Camões, a mais importante distinção pelo conjunto da obra da literatura em língua portuguesa.
Com uma carreira acadêmica ligada às universidades do Minho e de Coimbra, onde obteve doutorado em literatura portuguesa, Aguiar e Silva se especializou em obras de teoria literária e no estudo de autores clássicos, em especial o autor de "Os Lusíadas" que nomeia o prêmio.
O pesquisador de 81 anos foi, aliás, um dos fundadores do Instituto Camões, voltado à promoção da língua portuguesa no exterior. Ele ainda não tem livros editados no Brasil.
Já que tem o propósito de celebrar de forma igualitária os escritores que usam o idioma, o Camões tem uma tradição de revezar autores portugueses, brasileiros e de países da África lusófona.
Leia também
• Chico Buarque lança primeiro romance após o Prêmio Camões
• Bolsonaro é pressionado a não assinar prêmio Camões de Chico Buarque
No ano passado, o vencedor foi o escritor, cantor e compositor Chico Buarque - que aceitou a distinção por vídeo, em abril, após dizer que a recusa do presidente Jair Bolsonaro em assinar seu diploma era "um segundo prêmio Camões".
Outros ganhadores brasileiros foram Raduan Nassar, três anos antes de Chico, Lygia Fagundes Telles Ferreira Gullar, Rubem Fonseca e Dalton Trevisan. Também já venceram o angolano Pepetela, o moçambicano Mia Couto e os portugueses José Saramago e António Lobo Antunes - o último conterrâneo de Aguiar e Silva a vencer foi Manuel Alegre, em 2017.
Criado há 32 anos pelos governos do Brasil e de Portugal, o prêmio concede ao vencedor 100 mil euros divididos entre os dois países. O júri foi composto pelos brasileiros Antonio Cícero e Antonio Carlos Hohlfeldt, os portugueses Clara Rowland e Carlos Mendes de Sousa e, representando a África lusófona, Tony Tcheka e Nataniel Ngomane.