CRÍTICA

"Priscilla", de Sofia Coppola, mostra casamento de Elvis Presley como conto de fadas às avessas

Longa-metragem tem pré-estreia no Recife nesta quarta-feira (20), no Cinema da Fundação do Dervy

"Priscilla""Priscilla" - Foto: Philippe Le Sourd/Divulgação

“Priscilla”, o aguardado novo filme de Sofia Coppola, chega oficialmente aos cinemas brasileiros apenas em janeiro. Uma sessão antecipada pode ser conferida pelo público recifense quarta-feira (20), às 20h30, no Cinema da Fundação do Derby, encerrando a programação da 26ª Mostra Retrospectiva/Expectativa.

Baseado na biografia “Elvis e Eu”, de 1985, escrita por Priscilla Presley e Sandra Harmon, o longa-metragem é um conto de fadas às avessas. Estrelado por Cailee Spaeny, a obra narra o relacionamento entre a personagem-título e o Rei do Rock, desde o início cheio de encanto até o doloroso fim. 

Priscilla Beaulieu tinha apenas 14 anos quando conheceu Elvis Presley (Jacob Elordi), que era dez anos mais velho, quando ela vivia com os pais em uma base militar estadunidense na Alemanha. Começava ali o namoro dos sonhos com o superstar do momento, que mais tarde a levaria para morar em Graceland, sua suntuosa propriedade nos Estados Unidos. 
 

Especialista em retratar a melancolia feminina no audiovisual, Coppola desfaz a imagem romântica de uma tórrida paixão entre fã e artista. Semelhante ao que fez em “Maria Antonieta” (2006), a diretora retrata Priscilla como uma rainha enclausurada em seu próprio palácio, cercada por luxo, mas abandonada pelo esposo, sempre ocupado com turnês, filmagens e casos extraconjugais. 

Visualmente impecável, o longa é certeiro ao desenhar o ciclo de uma relação abusiva, às vezes de forma sútil e outras de maneira mais escancarada. É nítida a ideia do amadurecimento da protagonista: de menina ingênua até uma mulher capaz de colocar um fim ao próprio sofrimento. Os sentimentos da personagem ao longo dessa jornada, no entanto, não parecem muito nítidos. Fica a sensação de que a verdadeira Priscilla só passa a existir após os créditos subirem, quando ela atravessa os portões de Graceland dirigindo seu conversível, finalmente livre.  
 

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