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Cultura

Projeto de Mario Frias de destinar R$ 4,6 milhões para games é contestado pelo PT

Projeto foi escolhido para receber recursos do Fundo Nacional da Cultura, conforme publicado no DOU, sem que fosse dado nenhum tipo de explicação

Games ganham prioridade em recursos da Secretaria Especial de Cultura, sob o comando de Mário FriasGames ganham prioridade em recursos da Secretaria Especial de Cultura, sob o comando de Mário Frias - Foto: Reprodução

O deputado Alexandre Padilha, do PT de São Paulo, enviou um requerimento à presidência da Câmara dos Deputados, solicitando documentos, esclarecimentos e a justificativa do projeto Casinha Games, proposto pelo gabinete de Mario Frias, secretário especial da Cultura, e a ser executado pela secretaria de Fomento, chefiada pelo PM André Porciuncula.

O projeto foi escolhido para receber recursos do Fundo Nacional da Cultura, num montante de R$ 4,6 milhões, conforme publicado no Diário Oficial da União, sem que fosse dado nenhum tipo de explicação sobre a iniciativa.

Segundo pessoas próximas às discussões, o projeto gira em torno de capacitação na área de audiovisual, produção audiovisual, inclusão digital e retirada dos jovens em situação de vulnerabilidade da rua.

 

Na noite desta quarta-feira (15), o ator e apresentador Sergio Marone publicou em seu Twitter uma crítica ao secretário especial da Cultura, Mario Frias, respondendo a uma postagem em que este agradece ao senador Fernando Bezerra, do MDB de Pernambuco, por ter adiado a votação da Lei Paulo Gustavo.

Tanto a postagem de Marone quanto alguns sites noticiosos apontaram uma suposta ligação da iniciativa Casinha Games com Jair Renan, filho do presidente Jair Bolsonaro. Os documentos aos quais a Folha teve acesso, no entanto, não indicam tal ligação. Frias e Renan já se reuniram na secretaria para falar sobre jogos eletrônicos. Em agosto do ano passado, Frias postou "Reunião com @bolsonaro_jr [Jair Renan] sobre o futuro dos e-games".

A Lei Rouanet, uma das principais responsabilidades de Porciuncula, vive longo período de marasmo.

Entre janeiro e agosto, a secretaria analisou 45% menos propostas em comparação a igual período do ano passado. A queda mais acentuada ocorreu no último trimestre, quando 131 análises foram realizadas, uma baixa de 78,5% ante o trimestre anterior. Dessa forma, uma proposta leva em média cinco meses para ser aprovada, três meses a mais do que no ano passado –uma lentidão inédita dentro da própria gestão Bolsonaro.

O governo federal não publicou o edital de chamamento para a seleção dos novos membros da Cnic, Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, responsável por analisar os projetos que buscam recursos via Rouanet. A comissão está inativa desde abril, pelo menos. Com isso, as decisões sobre fomento indireto à Cultura ficam centralizados nas mãos do capitão da PM baiana.

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