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'Queria fazer um conto de fadas sombrio e sobre a indústria da música', diz The Weeknd

Nova série da HBO é exibida em Cannes com cenas chocantes de nudez e masturbação, e relatos de tumultos e reviravoltas durante sua produção

The WeekndThe Weeknd - Foto: Reprodução/Divulgação

Vitrine de celebridades – genuínas ou fabricadas –, o Festival de Cannes também pode servir de plataforma de obras que expõem as entranhas da fama e seus pecadilhos. "The idol", nova série da HBO, chegou ao tapete vermelho da maior mostra de cinema do mundo na noite de segunda-feira (22), antecedida por controvérsias sobre suas cenas de sexo e masturbação, e relatos de muitos tumultos e reviravoltas durante sua produção. Estrelado por Lily-Rose Depp, filha de Johnny Depp, e o cantor canadense The Weeknd, o programa explora o lado sombrio dos pop stars da música a partir de uma famosa cantora pop de comportamento atrevido.

Nele, Lily-Rose interpreta Jocelyn, uma combinação do sexy appeal de Britney Spears e a energia de Miley Cyrus, que tenta abandonar a música pop e abraçar um estilo de música “menos superficial”. Há referências diretas a Britney Spears nos primeiros dois episódios da série exibidos em Cannes, que estreia em junho, mas seu produtor, Sam Levinson (o mesmo da série de TV "Euphoria", um hit entre os adolescentes), afirma que "não estava querendo contar o caso de nenhuma estrela pop em particular".

– Há muita pressão em torno de um artista pop. Ele tem que estar constantemente ligado e ser o que todos esperam dele. É uma vida solitária – disse Levinson, durante encontro com a imprensa, na tarde dessa terça (23). – Nós podemos fingir que todo mundo está procurando o melhor interesse de alguém, mas acho que a fama realmente corrompe, é muito fácil se cercar de criadores de mitos que continuam a nos sustentar.

Lily-Rose, por seu lado, disse que suas referências para a personagem foram as atrizes Sharon Stone (que aparece em cenas de "Instinto selvagem", no primeiro capítulo da série) e Jeanne Moreau.

– Queríamos fazer com que a personagem se sentisse simultaneamente uma pop star do nosso tempo, mas em seu próprio plano – comentou a atriz.

Muito antes de chegar ao tapete vermelho de Cannes, uma reportagem da revista "Rolling Stone" detalhou as turbulências no set de "The idol", envolvendo atrasos nas filmagens e mudanças de última hora na produção em razão de roteiros inacabados. A série também teria passado por alterações profundas a partir da saída da diretora Amy Seimetz, substituída pelo criador de "Euphoria". Segundo a publicação, a série de seis episódios sai de crítica ao mundo misógino da música para se tornar uma fantasia de um homem tóxico. Ou seja, "passou da sátira para o que tentou satirizar".

– Sabíamos que estávamos fazendo um show provocador – disse o produtor. – Quando minha esposa leu o artigo para mim, eu disse para ela: 'Acho que estamos prestes a ter a maior atração do verão (americano)'. Todos aqueles relatos pareciam estranhos para mim. Mas as pessoas podem escrever o que quiserem. Se tenho alguma objeção a fazer é quanto ao fato de terem omitido intencionalmente qualquer coisa que não se encaixasse na sua visão. Mas acho que temos visto muito disso ultimamente.

No primeiro episódio da série, Jocelyn está ensaiando um retorno às paradas de sucesso, após um ano profissional tumultuado e tragédias pessoais. Todo o seu staff, incluindo empresário, agente e assistentes, acreditam que o novo single, “World class sinner”, é o ingresso para o retorno ao topo. Jocelyn, no entanto, não tem tanta certeza assim, e começa a retrabalhar a música por sugestão de Tedros (The Weeknd), um sombrio empresário da noite, com quem começa a ter um romance tórrido, envolvendo bondage e asfixia.

– Inicialmente, queria fazer um conto de fadas sombrio e distorcido sobre a indústria da música e ampliá-lo – disse The Weeknd, que anunciou estar voltando a adotar seu nome artístico original, Abel Tesfaye. – Sam e eu realmente queríamos ver se poderíamos criar nossa própria estrela pop, usando minhas experiências, usando as experiências dele, usando as experiências de Lily-Rose do ponto de vista dela, para criar algo especial, ousado, emocionante, divertido, para fazer algum as pessoas riem. E para irritar algumas pessoas também.

"Acho que é apenas sobre as pessoas com as quais você se cerca. É o que vemos a personagem fazendo, lutando contra pessoas que ela mantém ao seu redor, e se perguntando se eles estão contando a ela toda a verdade. No fundo, é tudo sobre se cercar das pessoas certas, as pessoas boas – refletiu a filha de Depp com a atriz e cantora francesa Vanessa Paradis, que diz ter não se sentido intimidada com as sequências de sexo da série", o que tive foi o privilégio de criar esse personagem de dentro para fora, e de fora para dentro.

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