"Quo Vadis, Aida?" revive um crime de guerra brutal
Indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional, longa bósnio retrata massacre de 1995
Em julho de 1995 mais de oito mil bósnios mulçumanos de diferentes idades foram assassinados por tropas sérvias. O episódio, conhecido como Massacre de Srebrenica, é uma ferida aberta na história da Europa que o longa-metragem “Quo Vadis, Aida?” faz questão de revisitar.
Indicado ao Oscar na categoria internacional, o filme da Bósnia-Herzegovina estreia hoje, para compra e aluguel, em plataformas digitais como Apple TV, YouTube, Google Play, NOW e Vivo Play. O resgate histórico do maior genocídio em território europeu desde a Segunda Guerra Mundial serve como cenário para a trama fictícia criada pela diretora e roteirista Jasmila Žbanić.
A personagem Aida (Jasna Djuricic) é moradora da pequena Srebrenica e trabalha como tradutora para a Organização das Nações Unidas (ONU). Quando o exército sérvio consegue invadir a cidade, ela, o esposo e os dois filhos se vêem entre os milhares de cidadãos em busca de proteção.
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O termo “Quo Vadis?”, que estampa o título, tem origem latina e quer dizer “Para onde vais?”. A pergunta resume bem a situação na qual a protagonista se encontra na maior parte do filme. Correndo de um canto para outro na base militar da ONU, a intérprete se vê dividida entre o trabalho e a proteção da família.
Por causa de sua atividade, Aida tem acesso às negociações entre os soldados holandeses das Forças de Paz e o general sérvio Ratko Mladić (Boris Isaković). Protegida pela posição que ocupa, ela teme pela vida dos seus familiares e tenta, a todo custo, salvá-los de um destino impiedoso. Em meio à ineficiência de quem deveria garantir a segurança dos bósnios, a tradutora parece a única disposta a lutar pela sobrevivência dos seus.
O desespero de uma mãe, que só aumenta ao longo da trama, causa uma sensação de agonia no espectador, mas é também o que gera empatia pela personagem. Tocante e aterrador, o drama familiar serve como homenagem à memória das vítimas de um crime de guerra difícil de superar.