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THE TOWN

Rap abre The Town com shows de Tasha & Tracie, Orochi, MC Ryan SP, Hariel e Cabelinho

Primeira edição do festival paulista equivalente ao Rock in Rio deu a largada neste sábado (2)

Hariel, Ryan SP e Cabelinho abriram The TownHariel, Ryan SP e Cabelinho abriram The Town - Foto: Divulgação / The Town

Versão paulista do Rock in Rio, o festival The Town deu a largada ao som de rap em sua edição de estreia, neste sábado (2). A primeira rodada de shows nos três principais palcos do evento abriu com as gêmeas Tasha & Tracie, novas vozes do rap paulistano; com o rap de pegada eletrônica da mineira Urias; e com os astros do trap MCs Ryan SP, Hariel e Cabelinho, além do rapper Orochi.

No palco The One, as irmãs Tasha & Tracie, crias da Zona Norte de São Paulo se apresentaram ao público que começava a acessar a Cidade da Música com “Cachorraz Kamikaze”, seguida de “Willy”, faixa romântica feita “para as pretinhas”, segundo as meninas. Após cantar o refrão “meu chocolate preferido é você”, as paulistanas do Jardim Peri fizeram graça para a plateia passando gloss labial uma na outra e jogando batons para o público que, aos pulos, tentava arrematar o brinde.

Causou frisson no público a chegada do rapper Kyan, com quem as rappers dividiram o vocal do hit “Tang”, carregada de autoestima (diz um trecho: “Tô lançando mais uma pás braba/ Manda as paty escuta outra, que essa elas não encaixa”). Outra atração que alçou o palco, Karol Conka alçou o palco com trechos de “Tombei” e “É o poder”. Um dos pontos altos da atração foi quando o trio se uniu pra cantar “Gandaia” e “Sandalia”, ambas do repertório de Karol Conká.

Apesar de ser uma apresentação conjunta, houve momentos em que Karol separou das gêmeas para rimar solo. Ela brilhou solo quando apresentou a música “Kaça” de seu álbum de mesmo nome. Também assumiu os vocais sem acompanhamento em seu hit “Dilúvio” que marcou seu período tortuoso após sair do reality Big Brother Brasil com rejeição recorde somada a uma série de contratos suspensos. O refrão (“só mais um dia de luta/ depois o dilúvio“) foi entoado pela plateia com intensidade.

Após uma rápida pausa, alguns ameaçavam deixar a plateia quando as duas irmãs brotaram dos bastidores montadas em motos e cantando “Diretoria”, parte do EP que as catapultou no marcado da música. Entoando trechos como “essa nave só anda pra frente” as rappers despediram-se do palco.

Urias
A mineira Urias debutou no The Town em meio a batidas eletrônicas que permeiam seu novo álbum “Her mind”, lançado neste ano. Cantando em inglês, português e algumas frases até em espanhol, a moça se serviu de um balé coreografado para correr entre novas canções, incluindo a faixa-título, parte da comissão de frente do show.

O público que se amontoava em frente ao palco Factory não titubeou para acompanhar as letras ligeiras da faixa “Racha”, mais puxada para o rap (“Todos tentam tirar uma com a minha lata/ Até sentirem a potência da minha máquina/ Eu já acelerei e eu não vou mais voltar/ A lei da rua é diferente, aqui é ratatá”).

A cantora não escondeu o riso ao notar que a música “Major”, com ritmo acelerado e letra em inglês, era acompanhada linha por linha pela plateia. Para concluir o espetáculo, a jovem bateu cabelo e fez um divertido passo de dança com jogo de espelhos.

MCs Ryan SP, Hariel e Cabelinho
Um volumoso público — inclusive quem aguardava pelo rapper americano Post Malone, grande atração da noite — já se posicionava na frente do Skyline para o show de estreia do palco, dos MCs Ryan SP, Hariel e Cabelinho, astros do trap brasileiro.

“Avisa que é o funk, avisa que é o trap”, gritou o DJ antes de soltar uma torrente de graves e o telão exibir imagens da SP das favelas. Hariel, surgiu primeiro para cantar “Ilusão/cracolândia” e logo Ryan SP se juntou a ele para uma “Vergonha na cara”. Um estiloso Cabelinho chegou em seguida com “Né segredo” — todas músicas que o público sabia de cor e que cresceram com a boa química do trio.

Sobre batidas que faziam tremer o concreto, Ryan SP, o também paulistano Hariel e o carioca Cabelinho esbanjaram carisma em hits como “Sereia”, “Casei com a putaria” e “Felina” (Ryan SP), “Lei do retorno”, “Tem café” (Hariel) e “Fogo e gasolina” (Cabelinho). Alternando-se nos vocais principais e coros, os MCs levaram o show com leveza e descontração, como se fosse um churrasco com participação do público, com direito a uma homenagem ao falecido MC Kevin com “Cavalo de Troia”. E uma enquete ao vivo de Hariel para ver quem estava ali por Demi Lovato, Post Malone ou pelo trio confirmou: o trap nacional, com todo os seus maus modos, hinos sexuais e ódio à hipocrisia chegou para ficar no Skyline.

Orochi
Atração do palco Favela do Rock in Rio no ano passado, cria de São Gonçalo (RJ) e um dos maiores astros do trap nacional, MC Orochi não economizou poder de fogo (literalmente) em seu show do palco The One do The Town.

Graves cuspidos das caixas de som anunciaram sua chegada com a pesadona "Lobo", seguida pela descontraída "Meu mundo". Correndo entre lança-chamas por um palco ornado com caixas de som cenográficas sobre andaimes, Orochi falou ao coração do público predominantemente adolescente — que cantou com ele "Sereia", que MC Ryan SP havia cantado minutos antes, no palco Skyline, com Hariel e Cabelinho.

Orochi seguiu por "Balão 2", "Iluminado", "Assault" e a romântica "Amor de fim de noite" — esta foi a senha para a entrada da convidada do show, a cantora Azzy, atração do mesmo palco Favela no ano passado e também vinda de São Gonçalo, que dividiu com o MC "Era uma vez", antes de seguir solo por "Molho" e "Reverse", pérolas de sexualidade explícita e brutal que ela defendeu com garra.

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