Música

Rapper Mago de Tarso é anunciado no Mada; conheça o artista pernambucano

Mago de Tarso dividirá o palco com nomes como Pitty, Djonga, FBC, Fresno, Ebony, Ana Frango Elétrico, BaianaSystem e Duquesa; Ingressos disponíveis no site do festival

Rapper pernambucano Mago de TarsoRapper pernambucano Mago de Tarso - Foto: Divulgação/Juao Takeda

O sotaque pernambucano estará representado no Festival Mada - Música Alimento da Alma, na voz do rapper Mago de Tarso, anunciado no line-up da 26ª edição do evento, que acontece nos dias 18 e 19 de outubro, no estádio Arena das Dunas, em Natal. 

O jovem artista dividirá o palco com nomes como Pitty, Djonga, FBC, Fresno, Ebony, Ana Frango Elétrico, BaianaSystem e Duquesa. Ingressos no site do festival.

Em entrevista exclusiva à Folha de Pernambuco, Mago de Tarso, nome artístico de Ian Siqueira, falou sobre o sucesso de sua carreira, que ganhou notoriedade a partir da faixa “Neon”, em 2021, sendo a canção de trap de um pernambucano com mais reproduções naquele ano. 

Aos 25 anos, o artista nascido no bairro de Cajueiro Seco, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, desponta como um fenômeno nas plataformas de streaming, onde já possui milhões de visualizações.

“Fico muito feliz em saber que meu trabalho está sendo reconhecido. Por mais que eu só tenha estourado agora, eu estou fazendo rap desde 2016, então são oito anos plantando essa semente que vai florescer no palco do Festival Mada”, comemora Mago de Tarso.

Manguebeat e trap
O artista pernambucano escolheu criar um estilo próprio misturando o seu trap com gêneros nordestinos como o forró e o manguebeat, movimento que há mais de três décadas revolucionou o comportamento e a música brasileira, antes mesmo do artista ter nascido.

“Quem me apresentou o movimento manguebeat foi meu pai quando eu era mais novo , mas eu nunca gostei, achava barulhento. Só quando eu entrei na Universidade Federal que eu tive um contato mais direto e entendi a importância do movimento pra música brasileira e mundial que eu passei a ouvir e gostar”, lembra Mago.

“A ideia de usar no trap foi depois de ver uma entrevista de Chico onde ele dizia que o segredo era ‘envenenar’ os ritmos regionais. Então eu misturei o detroit (que é um subgênero do trap) com o brega funk, depois com o forró pé-de-serra e o piseiro e surgiu esse som bem experimental que eu tenho feito”, detalha o rapper.

Sotaque nordestino
A fusão de ritmos e a representatividade cultural de suas composições fizeram Mago de Tarso viralizar ainda mais em 2023, como lançamento de “Carolina”, em parceria com Major RD. Com produção musical do Papatinho e Edubeatz, a faixa teve mais de 2 milhões de streams nas plataformas digitais. 

Inspirada no clássico “Cheiro de Carolina“, composta em 1956 por Zé Gonzaga e Amorim Roxo, a música eternizada na voz de Luiz Gonzaga ganhou versão contemporânea de Mago que alcançou enorme sucesso. 

O artista comemora a ótima recepção de sua música no Sudeste do país, que ele considera maior do que em sua própria região. “Tem sido muito bem aceito, por incrível que pareça os sudestinos consomem mais o som que eu faço do que o próprio povo nordestino. Isso é triste, mas também não me espanta”, lamenta. 

“Os jovens da minha idade, na sua maioria, nem conhecem Luiz Gonzaga, movimento mangue, Lenine… eles preferem torcer pra times sudestinos, preferem imitar as gírias de lá e etc. Por isso que eu acho o tipo de música que eu faço tão necessário”, avalia o artista.

Crítica aos estereótipos
Em muitas de suas canções, Mago de Tarso questiona, de maneira bem humorada, a visão estereotipada, sobretudo do mainstream televisivo sobre a cultura do Nordeste.

“A música ‘Sotaque de novela’ assim como a ‘Nordestino mesmo’ e a ‘caranguejo do trap’ trazem uma problemática que pouca vezes é retratada em canções, mas é senso comum”, aponta Mago.

“Ninguém entende a maneira como o nordestino é sempre retratado nas novelas. Sempre somos interpretados por personagens pobres, sujos, sem estudo. E não é que não exista pobreza e dificuldade no nordeste, mas também não é apenas isso, o Nordeste é muito rico e o povo nordestino é o mais forte do Brasil”, pontua o rapper.

Primeiro álbum
O Festival Mada será a oportunidade do artista apresentar em um grande palco as canções do seu primeiro álbum, “O Som do Litoral”.

“O que eu posso dizer é que o trabalho está lindo, com a cara de Recife. O guitarrista Lúcio Maia que trabalhou vários anos na nação zumbi entrou no projeto e gravou algumas músicas com a mesma guitarra que foi usada no álbum Afrociberdelia, isso tem um significado ímpar pra mim”, comemora. 

“Eu espero que com esse disco eu consiga me consolidar de vez na cena nacional e que impacte a minha geração de maneira que eles se sintam representados e sintam orgulho de ser quem eles são. Pro festival Mada eu tô preparando o show mais lindo de todos, com um sanfoneiro junto as batidas de trap do meu dj", antecipa.

"Até o festival eu pretendo já ter lançado o disco. Então, vai ter muita música inédita. Só aguardem, vai ser histórico”, projeta o artista, que levará ao público canções como “Caranguejo do Trap”, “Sotaque de Novela” e “João Grilo”, que farão parte do seu álbum de estreia.

Rapper pernambucano Mago de TarsoMago de Tarso exalta a cultura nordestina no seu trap | Foto: @juaotakeda

Sobre o Mada
A produção do Mada (Música Alimento da Alma) destaca-se por privilegiar a música contemporânea e de vanguarda, abrangendo gêneros como pop, rap, MPB e indie em suas diversas vertentes de sotaque, identidade e estilo. 

Esse equilíbrio distintivo consagrou o Mada como o evento musical de maior público no Nordeste e um dos maiores do Brasil. 

Ao longo de sua história, o festival já teve sede em diferentes lugares, desde o bairro histórico Ribeira (1998 a 2003) até a Arena do Imirá, na beira mar da Via Costeira (2004 a 2011), passando pelo bairro das Rocas (2012 e 2013), até chegar ao estádio de futebol Arena das Dunas. 

Durante esse percurso, o MADA proporcionou apresentações de mais de 700 bandas e artistas independentes, além de grandes atrações nacionais e internacionais.

Line up já confirmado:
Fresno
BaianaSystem
Pitty
Djonga
FBC
Ebony
Ana Frango Elétrico
Duquesa
Xande Canta Caetano
Duda Beat
BK’
Gracinha
Cami Santiz
Mago de Tarso

SERVIÇO
Festival MADA 2024
Datas: 18 e 19 de outubro de 2024 (sexta e sábado)
Local: Arena das Dunas - Avenida Prudente de Morais, de 4.807 a 5.813 - lado ímpar - Lagoa Nova - Natal/RN
Valores: 
Individual Pista (válido somente para um dia de evento): R$ 130,00 (meia entrada) | R$ 260,00 (inteira)
Individual Lounge (válido somente para um dia de evento): R$ 170,00 (meia entrada) | R$ 340,00 (inteira)
Passaporte Pista (válido para os dois dias de evento): R$ 200,00 (meia entrada) | R$ 400,00 (inteira)
Passaporte Lounge (válido para os dois dias de evento): R$ 280,00 (meia entrada) | R$ 560,00 (inteira)
Ingressos no site do Festival

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