Reality "Queen Of The Universe" reúne drags de vários lugares do mundo para uma batalha musical
Novo programa produzido por RulPaul tem participante brasileira no elenco
Quantos talentos cabem em uma única drag? Estilo, performance e interpretação musical estão entre os fortes elementos do novo reality produzido por RuPaul, “Queen Of The Universe”, que estreia amanhã, no serviço de streaming Paramount +. O programa reúne 14 drag queens de várias partes do mundo, incluindo uma representante brasileira, a gaúcha Grag Queen, para cantarem ao vivo.
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Um palco, várias divas
Com apresentação do irlandês Graham Norton, "Queen Of The Universe" ganha seu ritmo e mostra que, além de habilidade para a ‘montação’, elas sabem cantar como ninguém. Aqui, não confunda com a famosa lip sync, ou dublagem, como o público se acostumou a acompanhar no sucesso “RuPaul's drag race”. A cada semana elas precisam mostrar o talento vocal para a plateia e para os jurados Vanessa Williams, Michelle Visage, Trixie Mattel e Leona Lewis. Na grande final, a ganhadora leva para casa o prêmio de 250 mil dólares. A atração é produzida pela MTV Entertainment Studios e pela World of Wonder.
No episódio de estreia
A estrutura de palco foi montada para receber, de fato, uma grande diva, sendo ela dos Estados Unidos, da Dinamarca, da Austrália, da Inglaterra, da França, do Canadá, da Índia, do México, da China e do Brasil. Todas com características peculiares do seu país de origem. Com roupa em tons de roxo, que se espalham às várias penas e acessórios, a gaúcha Grag Queen abre os trabalhos da noite com uma releitura potente de "Rehab", de Amy Whinehouse - uma das suas maiores referências musicais. A brasileira conseguiu arrancar dos jurados elogios como "eu absolutamente amei" e "eu vi verdadeiramente quem você é".
A apresentação das demais competidoras revelou que a disputa não será das mais fáceis. No mesmo episódio são apresentadas versões de "Dance Monkey", "Wrecking Ball", "Material Girl", "I’m Not A Girl, Not Yet A Woman", "Human" e "Non, Je Ne Regrette Rien". Os jurados escolhem a eliminada da vez ao final das apresentações.
O Brasil representado
Com dois milhões de fãs no TikTok, Grag Queen, de 26 anos, saiu de uma cidade com 30 mil habitantes, Canela, no Rio Grande do Sul, e nunca pensou que um dia estaria gravando em um programa como este, em Londres, na Inglaterra. “Foi muito legal mostrar como é ser drag num país onde se mata LGBTs. Importante mostrar como é ser brasileiro, ser resistência. Um lugar onde não é só samba e caipirinha. Mostrar não só o que é ser uma drag cantora, mas uma drag brasileira”, diz, ao comentar a mistura de tantas realidades culturais envolvidas em um único programa.
Para ela, a pressão que existe nos bastidores é a de ver tantas expressões artísticas reunidas. "Pessoas se maquiando com maquiagem diferente, com técnicas diferentes ou uma peruca melhor, e logo tu fica impressionada. Mas eu sou brasileira e, para uma pessoa que pega metrô, isso é bobagem", resume. Em suas referências musicais estão ícones pop, como Gloria Groove, Pablo Vittar e todas as drags que desenvolveram sua própria musicalidade.
“Quando eu entrei no palco, simplesmente surtei. Só fui e fiz o que o brasileiro mais sabe fazer, que é esquecer os problemas por um momento”, completa a artista, que teve 15 dias para se preparar. Montou os looks repletos de maquiagem, perucas e acessórios vibrantes para os momentos do show. No palco, a noção de quem já trabalhou em musicais e conhece de perto o processo de resistência física, conduzida por longas temporadas.