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"Rebel Moon": Zack Snyder apresenta saga com mulheres fortes, brigas e inspiração em "Star Wars"

Ambientado num universo com armas que lembram sabres de luz e visual impactante, primeiro capítulo de dupla de filmes foi lançado hoje na Netflix

Rebel Moon: nova aposta de Zack Snyder na Netflix Rebel Moon: nova aposta de Zack Snyder na Netflix  - Foto: Divulgação

É sobre os braços e ombros — bem fortes diga-se — da atriz argelina Sofia Boutella que se apoia a trama da novíssima saga de Zack Snyder, Rebel Moon, prevista para chegar à Netflix hoje. No longa, divido em etapas (com o segundo capítulo a ser lançado só em abril do ano que vem), Sofia faz as vezes de Kora, uma trabalhadora rural de poucas palavras, passado obscuro e que precisa largar a enxada e pegar a pistola tão logo um tipo de pirata intergaláctico decide atormentar sua terra.

A tal figura, o general Atticus Noble (vivido por Ed Skrein), representa um e império poderosíssimo, impiedoso e armado até os dentes. A ideia dos invasores é simples: escravizar toda a população vizinha de Kora como condição para não aniquilá-los. A razão da fúria dos forasteiros foi a comercialização irregular de grãos para inimigos da coroa tempos atrás, além de um tipo de prazer pela maldade.

Após a invasão, que inclui um ruidoso assassinato e uma ameaça de estupro, inicia-se a jornada que toma a maior parte do filme. Nesse cenário, ao lado de um fazendeiro apaixonado e bonzinho chamado Gunnar (Michiel Huisman), Kora parte pela galáxia em busca de outros rebeldes que topem lutar contra o tal reinado cruel. A trajetória do filme é marcada pela presença de algumas boas personagens femininas (que não fazem às vezes de boazinhas, ainda bem).

 

Na jornada, Snyder exibe um universo que é meio futurista e meio medieval na mesma medida. Estão lá armas, espadas iluminadas com o que parece um laser (o lembra bastante um sabre de luz), mas também saquinhos de tecido com moedas para pagar transações entre pistoleiros.

Todo esse cenário criado por Snyder foi apresentado na íntegra, com exclusividade, na última edição da Comic-Con Experience (CCXP) que aconteceu há algumas semanas em São Paulo. Na ocasião, Snyder foi recebido com ares de superstar e ovacionado por uma arena lotada, com fila de espera— os próprios organizadores do evento diziam que o norte-americano era uma das figuras internacionais mais desejadas para trazer ao evento, que chegou à sua décima edição neste 2023.
 

Na ocasião, o diretor — que tem em sua ficha corrida outros longas curtidos em brigas barulhentas e com alto potencial de destruição, a exemplo de 300 (2007) e Homem de Aço (2013) — contou que trabalha com a criação de Rebel Moon há algumas décadas (não de maneira ininterrupta, é evidente).

— Nesse formato de filme é algo que existe há 20 anos. A ideia existe (há mais tempo) desde que vi Star Wars, desde quando me apaixonei por esse tipo de fantasia — diz em referência também ao filme Excalibur (1981). — É uma carta de amor a essas fantasias com ficção científica.

A inspiração na saga de George Lucas está por toda parte, inclusive em um robô que parece um primo distante do droide C-3PO cujo senso de bondade o faz desertar do grupo militarizado para defender os fazendeiros. Sob a voz de Anthony Hopkins (no original) dá até pra imaginar que a tal criatura pode ganhar ares de oráculo tão logo se desenrolem os próximos capítulos da história.

A profusão de novos personagens apresentados do filme (que passam ainda por uma espadachim habilidosa e um ex-líder militar traumatizado), inclusive, é o trunfo que Snyder acredita ter em suas mãos ao apresentar mais um longa de ação — mas sem super-heróis — ao público.

— É a oportunidade de explorar um novo mundo que você não sabe o que vai acontecer virando a página, não tem um livro, não tem nada que você já saiba (com antecedência) para onde está indo — diz Snyder.

Nesse sentido, Rebel Moon Part.1: A Menina do Fogo (como é seu nome completo) é mesmo uma comissão de frente do que há por vir. Há brigas, mas mais ainda o enlace de outras discórdias a serem resolvidas adiante, há personagens em conflitos individuais que ficam sem solução e até uma curioso casinho de amor que não passa de uma troca de olhares aqui e acolá. A única certeza é que o visual eletrizante será a grande estrela dessa jornada — com o roteiro brilhando como coadjuvante.

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