Reginaldo Rossi: sete anos sem o Rei do Brega neste domingo (20)
Em 2013 o ‘Rei do Brega’ despediu-se dessa vida, mas suas músicas estão longe de sair de moda
Há sete anos “lembramos com muita saudade daquele bailinho”. É, o tempo passou, mas a falta que Reginaldo Rossi faz na vidas dos pernambucanos, não. O Rei do Brega, como assim sempre será conhecido, nos deixou um legado sem prazo para expirar. As homenagens ao cantor, devido à pandemia do novo coronavírus, foram poupadas.
Foram mais de 50 anos de carreira. A princípio, o artista lançou-se na música com o rock da Jovem Guarda no grupo "Silver Jets" e depois migrou para letras que tratavam de amor, ilusão e dor, conquistando o Norte e o Nordeste do País. Em 1986, com “Garçom”, estourou pelo Brasil e, logo em seguida, no mundo. Ao longo da jornada recebeu 14 discos de ouro, dois de platina, um de platina duplo e um de diamante.
As mais de 300 canções em seu repertório conquistaram corações de muitas gerações, como é o caso de Alexandre Lira, 53, que é fã de Reginaldo há mais de 35 anos. “Reginaldo é referência de humildade. Sempre foi carinhoso com qualquer pessoa que falasse com ele. Sou um colecionador de discos, CDs, camisas e shows. Só trago memórias boas de quando o acompanhava”, contou. O Rei do Brega também é querido por admiradores de outras idades. A estudante Gabriela Nascimento, 22, é organizadora de uma festa que homenageia o cantor desde 2014. “Comecei a ouvi-lo na infância por conta dos meus pais e, infelizmente, não pude ir a nenhum show porque era menor de idade na época. Mas compreendo sua importância no brega e faço o que posso para que seu som prevaleça”.
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Memória
Após a morte o cantor, o ex-empresário e amigo de longas datas, Sandro Nóbrega, decidiu que o público merecia continuar tendo algum contato com as músicas Rei do Brega. “A ideia era criar uma banda para fazer tributo, não cover. Reginaldo é um dos caras que mais tem cover no Brasil. Queria algo que pudesse homenageá-lo. Criei a The Rossi Oficial A Banda e sei que ele está muito feliz com isso."
O conjunto já viajou o Brasil, levando o brega romântico de Reginaldo.
O carinho do público se materializa em números. No streaming Spotify, só neste ano, quase 2 milhões de ouvintes, de 88 países o ouviram. No Youtube, sua página soma 130 mil inscritos. As redes sociais são outra maneira de aproximar o público do legado que Reginaldo deixou. Aproximadamente 100 mil pessoas (entre Instagram, Twitter e Facebook) acompanham memórias compartilhadas da emblemática trajetória. “A ideia das redes sociais surgiu quando resolvi adicionar às plataformas de streaming álbuns que não estavam lá. Depois desse movimento criei esse canal direto com os fãs. Apesar de sete anos da partida do meu pai, as redes seguem com interação como se ele fosse vivo”, explicou Roberto Rossi.
De muitas mil maneiras que podemos perpetuar a lembrança de Rossi nas nossas vidas, as mais recentes são o título concedido pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) de Patrono do Brega e a construção de uma estátua sua, em tamanho real, assinada por Demétrio Silva, no Largo de Santa Cruz, bairro da Boa Vista. O cantor de “Leviana” se junta a artistas como Science e Capiba no Circuito da Poesia do Recife.
O cantor fez história na música pernambucana e eliminou o sentido pejorativo da palavra “brega”. Reinventou, conseguiu agregar novos instrumentos, melodias e trouxe originalidade. Hoje, o ritmo é Patrimônio Cultural do Estado de Pernambuco e, com toda certeza, a coroa sempre será do folclórico Rei Rossi.