Relatório do Ecad sobre mulheres na música revela desigualdade de gênero
Estudo do Ecad mostra um avanço discreto do público femino no mercado fonográfico
O papel de destaque das mulheres artistas e compositoras ainda está longe de estar representado no mercado da música, de acordo com o segundo relatório do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), intitulado “O que o Brasil ouve - Edição Mulheres na Música". Para se ter uma ideia, a participação feminina em relação ao número de titulares de música beneficiados com direitos autorais cresceu apenas 5% em 2021.
Do total de valores distribuídos no ano passado, as mulheres receberam cerca de 7%, igualando o resultado de 2020. Os titulares de música são os compositores, intérpretes, músicos, editores e produtores fonográficos filiados em uma das sete associações de música que administram o Ecad (Abramus, Amar, Assim, Sbacem, Sicam, Socinpro e UBC).
O objetivo do estudo é apoiar a atuação das artistas na cadeia produtiva da música para que alcancem seus espaços. A nova edição do relatório revela um avanço discreto da participação feminina nesse mercado que, no entanto, segue pequena em relação ao espaço ocupado pelos homens.
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Mais alguns dados
“Os dados apontam para um longo caminho a ser percorrido em prol de uma total igualdade de gênero nesse mercado, mas é fundamental ter um estudo que apresente a relevância e a participação da mulher. Até porque é importante levarmos em consideração que o ecossistema da música não é formado apenas por intérpretes e compositoras, mas também por produtoras e musicistas”, disse a superintendente executiva do Ecad, Isabel Amorim.
A presença feminina no ranking dos 100 autores com maior rendimento, considerando todos os segmentos de execução pública, também cresceu: apesar da presença esmagadora dos homens, a participação feminina dobrou de 2020 para 2021, saltando de 2% para 4%. Mesmo com os avanços, a média de apenas quatro mulheres entre os 100 autores com maior rendimento nos últimos cinco anos mostra que o cenário ainda está longe da igualdade.
O relatório apresenta, ainda, um balanço sobre a distribuição dos direitos autorais destinada às mulheres, em comparação aos homens, as categorias de titulares de música mais contempladas, o aumento da presença feminina na gestão coletiva da música no Brasil e o ranking das músicas nacionais mais tocadas nos últimos cinco anos com mulheres entre os autores.
Confira o relatório: