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CARREIRA

Relembre os principais papéis de Ney Latorraca

Em 2017, o ator reprisou o papel de Vlad no musical Vamp, reunindo-se com Cláudia Ohana

'O Cravo e a Rosa' - Ney Latorraca (Cornélio Valente)'O Cravo e a Rosa' - Ney Latorraca (Cornélio Valente) - Foto: TV Globo/Nelson Di Rago

O ator Ney Latorraca, que morreu nesta quinta-feira, 26, aos 80 anos, marcou a teledramaturgia brasileira com papéis cômicos e vilanescos nas novelas Vamp e O Beijo do Vampiro, além do velhinho Barbosa, da TV Pirata.

No teatro e no cinema, o artista protagonizou o sucesso de bilheteria O Mistério de Irma Vap, no palco, e Irma Vap - O Retorno, na telona.

Novelas na Globo
O ator estreou na TV em 1968, na Rede Tupi. Ele passou também pela emissora Record e pela RTC antes de chegar à TV Globo. Lá, Ney estreou na novela Escalada, de 1975. No ano seguinte, participou de Estúpido Cupido, interpretando o playboy Mederiquis. O personagem era fã de Elvis Presley e líder do grupo de rock Personélitis Bóis.

"Eu estava com 33 anos e interpretava um cara de 17. Queria abandonar, não ia mais fazer", ele contou ao site Memória Globo. O ator lembrou que pediu à produção para escolher o próprio figurino e uma lambreta preta para compor o personagem.

"Comecei a falar coisas assim: 'Vamos lá, rapazes, não temos tempo a perder'. E para dizer que eu era jovem, andava com um gingado característico. Virou um grande sucesso, estourou mesmo. Fizeram história em quadrinhos, chiclete, figurinha - e eu era uma das figurinhas mais difíceis", recordou.

Vlad, em Vamp
Outro sucesso na Globo veio em 1984, com o mulherengo Quequé da minissérie Rabo de Saia. Mas foi em 1991 que Ney interpretou um de seus personagens mais marcantes da telinha, o vampiro Vlad. Foi na novela Vamp, do autor Antônio Calmon e do diretor Jorge Fernando.

A trama se passava na cidadezinha de Armação dos Anjos. Cláudia Ohana vivia a vampira cantora Natasha, que fez um pacto com o vampiro de Ney Latorraca para fazer sucesso. A novela misturava trechos de videoclipes e histórias em quadrinhos; uma cena marcante é de Vlad dançando Thriller, sucesso de Michael Jackson.

Em 2017, o ator reprisou o papel de Vlad no musical Vamp, reunindo-se com Cláudia Ohana.

Em 2002, Ney viveu outra criatura da noite na novela O Beijo do Vampiro. Ele era o conde Nosferatu e contracenava com o duque Bóris de Tarcísio Meira.

Entre 2000 e 2001, ele esteve no ar em O Cravo e a Rosa.

A última novela de Latorraca na Globo foi Novo Mundo, de 2017. Ele interpretou Sir Millann, pai de Anna (Isabelle Drummond).

Humor e seriados na telinha

Também na Globo, Ney Latorraca fez parte do elenco do humorístico TV Pirata, grande sucesso dos anos 1980. Seu personagem mais marcante foi o velhinho Barbosa. "Era um velho tarado, de cabeça branca, com um pouco de bico", o ator relatou ao site Memória Globo.

"Mas eu comecei a aumentar o bico, tanto que, meses depois, só dava Barbosa e todo mundo imitava. Foi um baita sucesso. Até hoje me pedem na rua para fazer o Barbosa", contou.

Ney também esteve em seriados de sucesso da Globo, como Malu Mulher (1979), O Bem-Amado (1980), A Grande Família (2011) e Cine Holliúdy (2019). Este último seriado, aliás, foi seu último papel na TV - Ney reapareceu como o vampiro Vlad.

Sucessos no teatro e no cinema
Ney estreou no teatro em 1965, em Reportagem de Um Tempo Mau. Depois, ele integrou o elenco dos musicais Hair (1970) e Jesus Cristo Superstar (1972). Em 1983, participou de uma montagem de Shakespeare, O Rei Lear.

Foi em 1986 que estreou seu maior sucesso no palco: O Mistério de Irma Vap. A peça era uma produção de Marília Pêra em que Ney contracenava com Marco Nanini. Irma Vap ficou em cartaz durante 11 anos em São Paulo e resultou na adaptação Irma Vap: O Retorno (2006) no cinema.

A trama era adaptada do texto em inglês de Charles Ludlam e satirizava diferentes gêneros. "Vendo esse hospício, Marília Pera, que é minha madrinha, pensou em montar a peça com Nanini e eu vestidos de mulher e trocando de roupa. Na Broadway, a peça ficou em cartaz por oito meses. Aqui, 11 anos", contou Ney ao site Memória Globo.

Na telona, Ney integrou as adaptações de O Beijo no Asfalto (1981), Ópera do Malandro (1985) e Carlota Joaquina, Princesa do Brasil (1995).

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