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fim de ano

"Retrospectiva 2024" traz as memórias de um ano "na pilha"

Sandra Annenberg apresenta esta sexta-feira à noite um programa dominado por temas urgentes, como o das tragédias climáticas: 'Estamos sendo alertados há tanto tempo e não fizemos nada'

A jornalista Sandra Annenberg, apresentadora da Retrospectiva 2024 da TV Globo A jornalista Sandra Annenberg, apresentadora da Retrospectiva 2024 da TV Globo  - Foto: Fabio Rocha/TVGlobo/Divulgação

Ano que vem, completam-se três décadas desde a primeira vez em que Sandra Annenberg esteve à frente de uma “Retrospectiva” da TV Globo.

Com tempo de cadeira suficiente, a jornalista admite que 2024 foi “um ano na pilha” — uma impressão que os telespectadores terão a oportunidade de confirmar hoje à noite, logo após a novela “Mania de você”, quando vai ao ar, apresentada por ela, a “Retrospectiva 2024”.

"Para começar, o ano foi bissexto, já teve um dia a mais do que o comum. Agora, a grande loucura é que 2024 parece ter sido muitos anos num ano só!" diz Sandra.

Extremos climáticos, que resultaram em enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul, além de incêndios e queimadas em todo o país e furacões nos Estados Unidos, ocupam o primeiro bloco do programa, cujas passagens com a apresentadora foram gravadas no Jardim Botânico do Rio de Janeiro — um santuário natural que, para Sandra, “há dois séculos resiste firme e forte, mostrando que é possível fazer alguma coisa e não deixar o mundo acabar”:

"Todas as notícias do ano são impactantes e importantes, mas nenhuma tanto quanto a da emergência climática. A gente está sendo alertado há tanto tempo e não está fazendo nada"

Mas não que a “Retrospectiva 2024” vá transcorrer em clima catastrófico.

Segundo a diretora do programa, Monica Barbosa, a solidariedade do Brasil e do mundo com os desabrigados do Rio Grande do Sul foi responsável por alguns dos momentos de grande emoção do programa.

"E, no ano, a gente teve outros assuntos de muita importância, que a gente mostra com muito prazer, como as Olimpíadas, nas quais o Brasil foi bem (com medalhas de ouro para Beatriz Souza no judô, Rebeca Andrade na ginástica artística e Ana Patrícia e Duda, no vôlei de praia), que produziram momentos incríveis e imagens históricas"

Se os esportes deram outras alegrias, com destaque para o jogador de futebol Vini Junior, sucesso nos gramados e um representante na luta contra o racismo, e as vitórias do Botafogo, o showbiz não ficou atrás em 2024, com o show de Madonna, que lotou as areias de Copacabana e a celebração dos 40 anos do Rock in Rio.

Na política, por sua vez, o ano foi mais tenso, com um atentado na Praça dos Três Poderes, o indiciamento de 40 pessoas (incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro) por organização criminosa e tentativa de golpe de Estado, e a prisão do candidato a vice na chapa de Bolsonaro, o general Braga Netto.

E ainda houve todas as voltas e reviravoltas da eleição presidencial americana, numa campanha em que o candidato vitorioso, Donald Trump, chegou a sofrer até um atentado a tiros.

"No Brasil, a eleição americana foi quase uma novela, todo mundo acompanhou de perto" conta Monica.

Em números
Este ano, a equipe de 34 pessoas que compõem o programa começou a levantar os temas em agosto.

Trios formados por editor de texto, produtor e editor de imagem de cada área assistiram a todos os jornais de rede da casa (mais de 350 programas, ou seja, 330 horas de telejornais da rede) e só fechariam a edição da “Retrospectiva” (de cerca de 1h45 de duração) poucas horas antes da exibição.

"É um trabalho gigantesco, de uma equipe que está acostumada a fazer isso todo ano, mas tem coisa para ver, avaliar e encaixar num todo que faça sentido" diz a editora.

E, no meio disso tudo, acabaram entrando assuntos como os da guerra da Rússia com a Ucrânia (que ultrapassou mil dias em 2024), o do conflito entre Israel e Hamas (que se espalhou pelo Oriente Médio) e dos casos de intolerância religiosa, preconceito, racismo e violência contra a mulher (como o do jogador Robinho, que foi preso por estupro após 11 anos de o caso ter ocorrido).

"Pesado, o ano sempre é. Viver é difícil, o que eu tento sempre é ver a metade do copo cheia. Não há como transformar algo difícil em algo leve, mas a gente pode fazer diferente" ensina Sandra, com toda sua experiência da “Retrospectiva”.

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