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Riz Ahmed, primeiro ator muçulmano indicado ao Oscar, faz apelo sobre guerra: "Só existe um lado"

Estrela de produções de Hollywood, como "Rogue one: uma história Star Wars" e "Venom", artista diz que "ficar em silêncio não é opção"

Riz AhmedRiz Ahmed - Foto: AFP/Angela Weiss

O ator Riz Ahmed — que fez história, em 2021, como o primeiro muçulmano indicado ao Oscar na categoria Melhor Ator, pelo trabalho no filme "O som do silêncio" (2019) — usou as redes sociais para pedir que as pessoas "se manifestem urgentemente para tentar evitar a perda de vidas inocentes" em meio à crise humanitária em curso na Palestina e em Israel. "Dizem-nos que há dois lados. Mas no meu coração, sei que só existe um lado — o lado da nossa humanidade", ele afirma.

Estrela de produções de Holywood — como "Rogue one: uma história Star Wars" (2016), "Venom" (2018) e "Encontros" (2021) —, o artista se posicionou acerca das ações do Hamas e a subsequente perda de vidas na Faixa de Gaza. "O que aconteceu em Israel na semana passada (após a ação terrorista do Hamas) foi horrível e errado. A dor e o medo que tantos sentem são profundos e reais. O que está acontecendo na Faixa de Gaza agora, e tem acontecido na Palestina há décadas, é horrível e errado. A profundidade e a realidade deste sofrimento não podem ser ignoradas", ressaltou Riaz Ahmed, por meio de um texto publicado no Instagram e no Twitter.

"Se olharmos apenas numa direção, iremos ainda mais fundo na escuridão. Mas é exatamente isso que está acontecendo agora. Pedem-nos que desviemos o olhar enquanto os civis de Gaza, metade dos quais crianças, estão ficando sem tempo", continuou o ator britânico de 40 anos, citando espanto diante da realidade de "bombardeio indiscriminado de civis e infraestruturas vitais de Gaza, da negação de alimentos, água e eletricidade e do deslocamento forçado de pessoas de suas casas".

"Estes são crimes de guerra moralmente indefensáveis", frisa Ahmed. "Se estamos do lado da humanidade, devemos falar urgentemente para tentar evitar a perda de vidas inocentes. Precisamos nos colocar no lugar do povo de Gaza, agora, antes de ultrapassarmos o ponto sem volta. Se, como eu, você está lutando para encontrar as palavras certas, saiba que não há nenhuma palavra certa. Nenhum termo pode dar conta da dor, de curar as fissuras ou de fazer justiça a todas essas injustiças. Tudo o que você disser será demais para alguns e insuficiente para outros. Mas o que importa é que falemos. Ficar em silêncio não é uma opção", concluiu ele.

John Cusack

O ator e roteirista americano John Cusack também usou as redes sociais, nesta segunda-feira (16), para demonstrar indignação com a guerra entre Israel e Palestina. "Quando visitei a Palestina, meu primeiro pensamento, ao passar por concreto, arame farpado, armas e aço — e por todos os postos de controle —, foi que era difícil entrar ali. E me senti muito mais imponente e perigoso do que quando atravessei o Checkpoint Charlie e cheguei a Berlim Oriental, há muitos anos", relatou ele.

"É uma experiência muito diferente entrar em territórios ocupados. O poder é tão imensamente unilateral — os muros tão altos, tantas armas apontadas para baixo. É difícil descrever esses lugares de outra forma sem usar o termo 'prisão ao ar livre'... Qualquer pessoa que tenha estado lá não negaria isso. Pensar no lugar que visitei e nos palestinos que conheci, tendo seis mil bombas lançadas sobre eles em seis dias, é inconcebível. Literalmente, não há para onde ir", continuou o ator.

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