Roberto de Carvalho se emociona ao relembrar vida ao lado de Rita Lee; saiba mais
Casal compartilhou a vida e os palcos por 47 anos, e juntos tiveram três filhos e diversas canções de sucesso
Parceiro de vida e de palcos de Rita Lee por 47 anos, Roberto de Carvalho se emocionou ao relembrar sua história regada por amor e música ao lado da Rainha do Rock em entrevista ao Fantástico, da Globo, realizada no dia seguinte do velório e exibida no último domingo (14).
“Um grande privilégio, um grande privilégio. E nos tornamos cara metade”, disse o artista sobre a oportunidade de ter construído uma vida ao lado de Rita. “O Roberto é a Rita também, a Rita é o Roberto também. Em vida ou em morte”, continuou.
A união do casal rendeu os filhos Beto, João e Antônio, os netos Izabelle e Arthur, e uma diversidade de sucessos musicais, carregadas de sentimentos e intimidades da dupla. “A gente começou a fazer as coisas juntos porque ela ouvia: ‘O que você tocou aí? Isso é uma música, é uma música’. Aí ela vinha com o caderninho”, comentou Roberto.
Ao relembrar a realização da música “Mania de Você” ao lado de Rita, o artista se emocionou e a entrevista chegou a ser interrompida. “Talvez eu fique assim pra sempre. Sempre vai ser difícil. Eu não tenho a menor pretensão de que fique fácil”, desabafou.
Leia também
• Marido de Rita Lee, Roberto de Carvalho publica homenagem em rede social; confira
• Rita Lee: Roberto de Carvalho publica vídeos de homenagem feita após velório da esposa
• Público diz adeus a Rita Lee no planetário do Ibirapuera em São Paulo; confira imagens
Rita Lee batalhava contra um câncer desde 2021, o que debilitou sua saúde. A família chegou a montar uma estrutura de quarto de hospital em casa para seus tratamentos. “Ela queria viver, não queria partir. Até o fim, ela nunca quis partir. Ela sempre tinha um monte de coisas, planos de escrever, de fazer música. Eu até dizia pra ela: ‘Eu queria até trocar de lugar com você porque você tem muito mais coisa pra fazer do que eu’”, relembra o marido.
Em 2022, veio o anúncio de que ela estava curada do câncer. Rita narrou sua luta no livro “outra autobiografia”, já idealizado como seu último ato antes de partir. “Ela passa ali, passo a passo do tratamento, dos diagnósticos, o que se passava com ela. Quando mandei a foto da capa que a gente tinha feito e que no primeiro momento a gente pensou em ser branco e preto, ela falou: ‘Acho que vou pintar’. Eu falei: ‘Pinta’. E nesse ela chegou e falou assim: ‘Quero que lance no dia 22 de maio, dia de Santa Rita, que vai ter passado mercúrio retrógrado’. Aí ela falou assim, muito orgulhosa: ‘esse é meu último ato’.”
Apesar dos tempos difíceis vividos nos últimos anos, e do quão debilitado estava seu estado de saúde, Roberto diz que Rita partiu em paz. “Ela foi perdendo a capacidade de andar, a capacidade de pensar. Entretanto, os momentos finais dela foram de uma leveza, de uma calma, de uma doçura. Nós estávamos todos juntos com ela, montamos um quarto de hospital. E a última fase na cama, ela parecia uma criancinha, um passarinho. A respiração dela foi parando... foi em paz, foi em paz.”