''Robô Selvagem'': fábula contemporânea estreia nos cinemas nesta quinta (10); leia a crítica
Animação é uma das favoritas para o Oscar 2025 de melhor animação
''Robô Selvagem'' se passa num futuro distópico, no qual a sociedade humana desenvolve uma linha de robôs para realizar tarefas de sobrevivência. A escassez de recursos naturais e a iminência de uma crise climática fazem parte do cenário dessa animação, que ganha sessões antecipadas nos cinemas de todo o País, a partir desta quinta-feira (12).
A busca por soluções advindas da tecnologia e da inteligência artificial concebeu a criação da unidade ''Rozzum 7134'' (Elina de Souza), mas um naufrágio leva ela para uma ilha isolada. Neste contexto, o ser robótico vai precisar desafiar sua programação para lidar com os animais nativos e hostis do local para sobreviver.
Reflexão
Baseado no livro homônimo do escritor norte-americano Peter Brown, ''Robô Selvagem'' coloca Roz (como ficou conhecida a unidade robótica) no centro da discussão sobre qual é a diferença entre instinto e programação. Apesar de recorrente, principalmente no cinema, a temática ganha uma nova frente de expressão com a popularização e desenvolvimento da inteligência artificial generativa nos últimos anos.
Na trama, Roz tem o constante ímpeto de seguir sua programação e busca auxiliar a sobrevivência alheia. Ela estabelece vínculos, especialmente com o filhote Bico-Vivo (Gabriel Leone), um órfão e desajeitado ganso, e com Astuto (Rodrigo Lombardi), uma solitária e sorrateira raposa.
Sobrevivência
Com a tarefa de cuidar de Bico-Vivo até a migração dos gansos no inverno, o robô compreendeu a necessidade de se adaptar. Roz mostra sua capacidade de aprendizado através da identificação de padrões dos animais, modificando sua programação para não lidar somente com os seres humanos.
''Robô Selvagem'' é dirigido por Chris Sanders (''Como Treinar o Seu Dragão'' e ''Lilo & Stitch''), conhecido por expressar a complexidade de relações entre humanos e criaturas animalescas. O diretor encontrou na obra de Peter Brown a possibilidade de explorar como seria a dinâmica de um robô inteligente na natureza.
O filme retrata a complexidade das relações, bem como elas podem ser conflituosas e sensíveis. Na medida que demonstra a capacidade instintiva de aproximação para a sobrevivência, a animação também reflete sobre como somos condicionados a viver juntos.
Temáticas
Alinhado com a ideia de pertencimento, o longa-metragem aborda temas como maternidade, amizade e inclusão. Sendo assim, ''Robô Selvagem'' é uma fábula contemporânea, protagonizada pela perseverante unidade Roz.
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A qualidade técnica da animação é impressionante, pois promove uma imersão do espectador naquele universo, além de uma fotografia que encanta muitas vezes, principalmente pelos efeitos de luz natural e contrastes.
A obra surge como um respiro para os amantes de animação, que convivem cada vez mais com sequências no cinema, a exemplo dos recentes ''Divertida Mente 2'', ''Meu Malvado Favorito 4'', ''Kung Fu Panda 4", todos lançados em 2024. "Robô Selvagem" estreou no 49° Festival Internacional de Cinema de Toronto, e deve ser um grande concorrente da sequência de ''Divertida Mente'' para o Oscar 2025 de Melhor Animação.