Rosana, a deusa de "O Amor e o Poder", volta com single pop e feminista
Single "Eu bem Que Te Avisei" abre sequência para novo álbum da cantora paulista, previsto para o segundo semestre
Década de 1980, e talvez parte dos leitores que neste momento passeia os olhos por estas linhas sequer houvesse nascido. Fato que, no entanto, não retira as possibilidades concretas de que o refrão “como uma deusa você me mantém” esteja sendo exatamente agora cantarolado ao invés de lido.
Realidade justificada por um cotidiano musical que segue integrando gerações, haja vista o sucesso da versão de “O Amor e o Poder” trazida pela cantora Rosana e que foi além de uma trilha de novela.
De volta ao mercado com uma nova proposta de trabalho – o single pop recém-lançado “Eu Bem Que Te Avisei”, com feat do seu filho, o rapper Fiengo – ela segue como um dos nomes mais cortejados da ‘década de ouro’ da Música Popular Brasileira.
“Eu me afastei da mídia propositalmente porque queria parar mesmo. Por muitas razões. Mas continuei gravando temas de novelas, a pedido do saudoso amigo Jorge Fernando. Meu filho quem me encorajou a fazer novos trabalhos musicais, e também recebi a proposta diferenciada do Sergiopí”, conta Rosana sobre o seu retorno às paradas musicais e ressaltando o mérito do filho Fiengo e de Sérgio Martins (Sergiopí) da LAB 344, gravadora do seu próximo disco com previsão de lançamento para o segundo semestre deste ano.
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Faz mesmo algum tempo que a cantora paulista não traz novidades em álbuns – o último deles foi “Rosana”, de 2003. De acordo com Sérgio, “o novo trabalho vai chegar com baladas e canções inéditas escritas pela artista em parceria com nomes como Zeca Baleiro, Wado e Gabriel Moura entre outros”.
Em defesa das mulheres
Especificamente sobre o single, composto, inclusive, pelo próprio Pí, em parceria com Bombom e Hiroshi Mizutani, que assinam os arranjos, Rosana apostou na reprodução de mensagens a mulheres que lutam por igualdade de direitos e independência, tantas vezes negados.
Disponível nas plataformas digitais, a canção também chega com um clipe. “O machismo é estrutural e está em todas as nossas relações sociais. Ser artista mulher neste País, por si só, já traz dificuldades. Temos que aguentar julgamentos, humilhações e injustiças”, ressaltou Rosana.
Outros singles e remixes devem compor a sequência de novidades antes do lançamento do álbum, que começou a ser pensado em 2018 com gravações retomadas gradativamente desde a pandemia.
“A Rosana é uma cantora popular que transita entre vários estilos. Talvez uma das mais completas de todas na história da MPB. O disco está mais inserido no universo do pop e da nova MPB, dialogando com elementos acústicos e eletrônicos”, complementa Sérgio.
Rosana também emplacou outras canções em trilhas sonoras de novelas e levou o Brasil a entoar hits além de “O Amor e o Poder” – que teve como gatilho de sucesso “Mandala”, em 1987. A cantora deu seus primeiros passos “noveleiros” com “Fique um Pouco Mais” em 1978 para a global “Pecado Rasgado” e “Nem um Toque”, de 1986 e conhecida a partir da trama “Roda de Fogo”.
Fora do eixo da teledramaturgia as canções “Custe o que Custar” dos veteranos Michael Sullivan e Paulo Massadas, também integra o rol de sucessos da cantora que segue consagrada, no entanto, como a deusa brasileira de “The Power of Love” - canção originalmente composta por Candy de Rouge, Claudio Rabello, G. Mende, J. Rush e M S Applegate mas que, o tanto quanto Rosana, tem a versão cantada pela canadense Cèline Dion como uma das mais ouvidas há décadas.
Para o novo trabalho da cantora brasileira, portanto, o mote “deusa” não poderia deixar de vir à tona para impulsionar seu retorno ao mercado fonográfico. “Pare agora. Não diga que eu não te avisei. Nesse filme eu sou a deusa que você nunca vai ter”, é o que vocifera Rosana em trecho do novo single.