'Rumos Itaú Cultural' reforça diálogo com o Brasil
Editais do Programa fomentam a cultura País afora desde 1997; Pernambuco se mostra ativo com projetos selecionados em todos eles
Foram muitos os Brasis contemplados em pouco mais de duas décadas do Programa Rumos, do Itaú Cultural, criado em 1997 com o intuito de fomentar produções artísticas e culturais País afora. Um percurso que, em números, dimensiona, dentro do universo da arte, o alcance dos editais e dos projetos selecionados e vistos por, pelo menos, 7 milhões de pessoas. "A cada edital, é uma celebração e um alerta para potencializar o diálogo com o Brasil", enaltece Eduardo Saron, diretor da instituição que, na última terça-feira (3), teve mais uma edição (2019/2020) com inscrições abertas a novas produções. O edital pode ser visto em detalhes no endereço www.rumositaucultural.org.br até o dia 18 de outubro.
Como um dos programas mais longevos de arte e de cultura, fato comemorado pela coordenação do projeto, o Rumos se tornou uma espécie de crença para a instituição. "Por isso a permanência como atividade perene e que muda a vida das pessoas ou ajuda a mudar de alguma forma", pondera Ana de Fátima, à frente da gerência de comunicação do Itaú Cultural e da coordenação do Programa, que, em tempos incertos e preteridos para a cultura, exerce papel de relevância nas artes.
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Fato que se deve, inclusive, à simplicidade do processo de inscrição e passa pela pluralidade de propostas que, desde 2013, são direcionadas a todas as áreas artísticas, em uma única seleção. "Deixamos de fazer editais específicos para cada linguagem e, por causa disso, começamos a montar comissões de seleções multidisciplinares para avaliar os projetos", conta Ana.
Já a partir de 2017, as edições passaram a contemplar, também, pessoas surdas, cegas e com baixa visão, evidenciando que o Rumos se mantém como um processo em aberto. Pernambuco é um dos estados mais ativos dentro do programa, com projetos inscritos e selecionados em todas as edições. Na última delas (2017-2018), pelo menos nove foram escolhidos entre os mais de 12 mil inscritos.
"Acho que o que mais nos surpreende como comissões e como instituto é a capacidade criativa de nossos artistas, pesquisadores e acadêmicos. Tem muita gente escrevendo projetos que são singulares pelo Brasil e a qualidade é bem elevada, são poucos os editais que, como a gente, selecionam uma centena de pessoas e projetos e que se conseguem ter tanta diversidade, seja de linguagem, de plataforma ou de formato de projeto", ressalta Ana de Fátima, que estará no Recife, no dia 26 de setembro, ao lado de Edson Natale, gerente do Núcleo de Música do instituto, cumprindo uma das etapas do programa com o percurso da Caminhada Rumos.
Artistas pensadores, pesquisadores, gestores de cidades e quaisquer outras pessoas interessadas podem ser ouvidas pelos membros da Comissão de Seleção do programa, que percorrem as 27 capitais brasileiras com o intuito de imprimir uma espécie de "processo de escuta", acolhendo sugestões e transformações.
"É uma fase de alerta, em que nos mantemos atentos, isso é um ponto fundamental do Rumos que sempre manterá um retrato relevante do que está acontecendo na arte e na cultura do nosso País. O aprendizado é diário e, a cada projeto selecionado, se aprende uma forma nova de fazer arte, uma forma nova de fazer pesquisas e acompanhar projetos, o que nos faz parceiros desses projetos e nos dá oportunidade muito singular de fazer arte e cultura", conclui Ana de Fátima.