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Saiba como foi a morte de Antoine de Saint-Exupéry, aviador francês e autor de "O Pequeno Príncipe"

Avião do escritor, que gostava de pescar em Santa Catarina, foi abatido por piloto alemão durante a Segunda Guerra Mundial, há exatos 80 anos

O aviador francês Antoine de Saint-Exupéry, autor de 'O pequeno príncipe' O aviador francês Antoine de Saint-Exupéry, autor de 'O pequeno príncipe'  - Foto: AFP

Em 31 de julho de 1944, há exatos 80 anos, o aviador francês Antoine de Saint-Exupéry (mais conhecido por ser o autor de “O pequeno príncipe”) partiu da Córsega para mais uma missão de reconhecimento.

A Segunda Guerra Mundial estava a todo vapor e Exupéry integrava a força aérea francesa. O aviador nunca voltou daquela viagem. O avião despareceu no mar. Seus restos mortais jamais foram encontrados. Ele tinha 44 anos.

O avião Lightening P-38, no qual viajava o escritor, foi abatido por tiros do piloto alemão Horst Rippert. Ele só confessou sua participação na morte do autor de “O pequeno príncipe” 64 anos após o episódio, em 2008. A revelação foi feita no livro “Saint-Exupéry: o segredo final”.

 

Rippert, porém, afirmou não ter certeza se Exupéry estava no avião abatido. Se soubesse que Exupéry era o piloto, disse ele, não teria atirado, pois admirava a obra do francês. “Eu não vi o piloto e, mesmo que tivesse visto, teria sido impossível saber se era Saint-Exupéry. Eu tenho esperanças desde então que não tenha sido ele”, declarou.

Em 1998, um pescador encontrou, a leste da ilha de Riou (próxima a Marselha) uma pulseira com o nome do aviador (cuja autenticidade nunca não chegou a ser comprovada). Depois disso, as buscas da região se intensificaram e, em 2004, foi localizado um pedaço do avião que Exupéry pilotava.

Clássico instantâneo
Quando desapareceu no mar, Exupéry já era autor de “O pequeno príncipe”. O livro havia sido publicado em 1943 nos Estados Unidos e no Canadá, em inglês e em francês. Só saiu na França, porém, em 1945, após a morte do autor e o fim da Segunda Guerra Mundial.

De cara, o livro já deu mostras de que se tornaria um clássico. Passou só duas semanas na lista de mais vendidos do jornal americano The New York Times, mas em poucos meses vendeu 30 mil cópias em inglês e 7 mil em francês. Exupéry chegou a autografar as primeiras 785 cópias iniciais: 525 em inglês e 260 em francês.

Em 2013, uma dessas primeiras edições foi avaliada entre US$ 25 mil e US$ 35 mil. O principezinho que vivia no asteroide B-612 e sabia que o essencial é invisível aos olhos já acompanhava o autor havia tempos. Exupéry já esboçava o personagem em seus cadernos desde que tinha 20 e poucos anos (ele tinha 43 ao publicar o livro).

“O pequeno príncipe” se inspira em fatos reais da vida do autor, como um acidente de avião no deserto da Líbia, em 1935, e seu matrimônio conturbado — tanto ele quanto a esposa, a artista e escritora franco-salvadorenha Consuelo Carrillo, mantinham casos extraconjugais. Exupéry tinha o hábito de começar a escrever às onze da noite e largar a caneta ao nascer do sol. Não era incomum que ele ligasse para amigos no meio da madrugada e lesse alguns rascunhos ao telefone.

Os 80 anos do desaparecimento de Exupéry serão lembrados pelos correios italianos. Nesta quarta-feira (31), estará disponível um selo especial em homenagem ao aviador com a inscrição: “80º aniversário da morte de Antoine de Saint-Exupéry – 1944-2024 – 07.31.2024”.

Pescaria no Brasil
Exupéry conheceu o Brasil. Em 1929, ele passou a fazer parte de um time de pilotos baseados na América do Sul e voava regularmente entre Buenos Aires e o Rio de Janeiro. Com frequência, ele passava por cidades da região Sul e aterrissava no campo de aviação da praia do Campeche, em Florianópolis.

No local, foi aberta a Avenida Pequeno Príncipe. O francês gostava de pescar em Floripa e era chamado de “Zeperri” pelos moradores. Em seu livro “Voo noturno”, de 1931, há referências à capital catarinense.

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