Saiba como foi o caminho de 'Envolver', música de Anitta, até o 1º lugar no mundo
Personalidades e fãs da cantora difundiram estratégias para que as reproduções do hit crescessem em plataforma de streaming
"Envolver", música de Anitta que atingiu o primeiro lugar no ranking global do Spotify, não é uma produção fresquinha. Parte do repertório do disco inédito "Girl from Rio", que a carioca colocará no mercado a partir da primeira quinzena de abril, a canção em espanhol foi lançada em novembro de 2021, mas só ganhou o gosto dos ouvintes quatro meses depois.
Segundo dados repassados ao Globo pelo YouTube, o pico de acessos ao clipe de "Envolver" aconteceu no dia 19 de março. Desde então, a produção audiovisual se mantém como uma das mais vistas na plataforma. Além de brasileiros, que representam 45% dos consumidores da faixa, mexicanos, americanos,colombianos e argentinos — nesta ordem — são os que mais ouvem a canção. A rigor, ouvem e veem.
Fenômeno no Tik Tok, rede social popular entre jovens — e que se tornou palco para vídeos de dancinhas reproduzidas, por internautas, em desafios entre eles (os chamados "challenges") —, "Envolver" é um novo must visual por ali. Da América à Ásia, gente de todas as idades passou a imitar um trecho da coreografia em que Anitta rebola o quadril enquanto se sustenta com os braços flexionados sobre o chão.
Sorte? Anitta refuta a palavra e prefere falar em "estratégia", como ressaltou em entrevista recente ao Globo. De olho no sucesso das tais dancinhas no Tik Tok, ela encomendou uma coreografia irreverente a Aliya Brinson, bailarina que já trabalhou com Nicki Minaj e Chris Brown, para embalar o clipe de "Envolver", dirigido pela própria Anitta. O resultado não foi instantâneo. Mas o plano deu certo.
Leia também
• Com 'Envolver', Anitta se torna a primeira cantora latina a conseguir o #1 no Spotify Global
• De Anitta a Juliette e Gil do Vigor, celebridades incentivam seguidores a tirar o título de eleitor
• Anitta é a segunda artista mais ouvida no Spotify nas últimas 24h
"Queria que a coreografia falasse tanto quanto a música. Brinco que quando assisti ao clipe fiquei sem ar", diz Anitta, ao Globo. "Existe, sim, uma inteligência por trás. Cada lançamento tem sua estratégia. Com 'Envolver' não foi diferente. Foi feito muito investimento de tempo em criação, divulgação, planos de marketing..."
O negócio cresceu quando artistas famosos, amigos e colegas de Anitta, entraram na jogada. Influenciadores digitais, anônimos e personalidades conhecidas embarcaram na brincadeira e criaram versões irreverentes para a coreografia. As redes sociais foram inundadas pelos vídeos.
"Anitta é uma figura antenada com tudo o que está acontecendo, e ela sabe usar o que está em alta a seu favor", diz Aloysio Reis, diretor geral da Sony/ATV no Brasil, que cuida das composições de Anitta.
Nomes como Tatá Werneck, Gretchen, Deborah Secco, Bruna Marquezine, Juliette, Luísa Sonza, Pabllo Vittar, Luan Santana, Eliana e Casimiro, entre outros, reforçaram a campanha espontânea na web.
No programa "Mais você", da TV Globo, Ana Maria Braga e Gil do Vigor também caíram na dança. No Twitter, circularam vídeos-montagens com artistas internacionais, como Justin Bieber, realizando o passo com pitadas eróticas. Não à toa, o termo "el paso de Anitta" figurou como um dos assuntos mais buscados em países hispano-americanos.
À medida que "Envolver" foi subindo no ranking global do Spotify, fãs de Anitta se engajaram numa campanha para levar a letra ao primeiro lugar. Estratégias foram boladas.
Admiradores brasileiros da funkeira criaram métodos para aumentar as reproduções diárias da música (ou "tacar stream", como se diz) na plataforma. Para isso, não valeria deixar "Envolver" no modo "repeat", como sugeriram alguns fãs, pois o sistema acabaria entendendo que se trata de um spam. Era preciso criar playlists em que "Envolver" aparecesse várias vezes, e intercalada a outras canções.
"Nunca vi o Brasil tão unido", brincou a cantora, em post de agradecimento nas redes sociais. Nas redes sociais, internautas diziam que o país estava junto por uma causa: levar Anitta — e a música brasileira — ao topo. E assim foi feito.