Golpe

Saiba como Lívia Moura convenceu uma amiga a comprar ingressos falsos para o Rock in Rio

Após convencer a amiga e um empresário a comprar ingressos falsos, Lívia está foragida da justiça

Lívia Moura, irmã do ex-jogador Léo Moura, e investigada pela políciaLívia Moura, irmã do ex-jogador Léo Moura, e investigada pela polícia - Foto: Divulgação / Polícia civil

Lívia da Silva Moura, acusada de vender ingressos falsos para o Rock in Rio e ainda foragida, tinha táticas para convencer seus possíveis clientes a comprar ingressos do festival. Entre as vítimas, está uma das melhores amigas de infância da golpista, a advogada Silzi Custódio. Em um dos áudios da negociação, Lívia explica o passo a passo de como garantiria o ingresso, com direito a transfer e área vip.

—  Você vai me mandar seu nome, seu e-mail e seu CPF. A produção vai te mandar um e-mail confirmando seus dados e o dia. Aí você faz um PIX para mim, e eu faço para os meninos aqui —  explicou a golpista, dizendo que não tinha mais os que ela teria ganhado. — A produção vai te mandar um e-mail confirmando os dados e o dia. O meu, eu já vendi há muito tempo. 

Esses ingressos, segundo ela, seriam recebidos como cortesia para as pessoas que trabalham na produção do evento como, supostamente, seria o caso dela e de seus colegas.

— Esses ingressos são da produção, que eles ganham. Assim como eles ganham, a gente também ganha, e a galera está vendendo. 

Querendo levar a filha para assistir aos shows de Dua Lipa e Ludmilla, Silzi comprou cinco ingressos, cada um a R$ 1.200.

— Paguei pouco mais de R$ 900 para os shows da Dua Lipa e Ludmilla que são durante o dia. Eu queria levar a minha filha mais cedo para ela curtir. Ela disse que após o pagamento do PIX, chegaria um e-mail da produção, e eu tinha que colocar os dados: nome completo, quantidade de ingresso e tal — disse a vítima.

Para não levantar suspeitas, Lívia orientou a amiga a retirar os ingressos num hotel em frente à Cidade do Rock, onde fica grande parte da logística e produção do festival.

— Aí na terça-feira agora você vai lá retirar suas pulseiras e seus ingressos. O seu embarque para o Rock in Rio também é lá porque tem uma van, tem toda uma estrutura porque é da área vip. Conseguiu entender?

Na última segunda-feira, Silzi viu que foi vítima de um golpe. A advogada registrou um boletim de ocorrência contra Lívia na última terça na 16ª DP (Barra da Tijuca). Mas, antes de notar que havia sido uma das vítimas de Lívia, ela chegou a receber um e-mail falso confirmando a operação.

— É frustrante. Estou me sentindo uma otária. O dinheiro não resolve a frustração. Eu comprei outros. Ela me tirou de palhaça. Não sou estranha. Ela sabe onde eu moro. Ela sabe da minha família. É triste. Foi a primeira vez que eu comprei. Mas eu sabia que ela vendia ingressos para várias festas  —   disse a advogada. —   Ela continuou respondendo e só parou quando explodiu (a operação da Polícia Civil).  Na segunda, minha irmã me ligou e disse que a gente havia caído no golpe. Eu não acreditei. Mandei mensagens para ela, e nada.

Após convencer a amiga e um empresário a comprar ingressos falsos, Lívia está foragida da justiça.

A Polícia Civil investiga se alguém de dentro da organização do Rock in Rio ajudava Lívia e tinha participação no esquema.

— Existe uma suspeita que pessoas de dentro da organização do Rock in Rio estejam participando do esquema, já que ingressos testes foram encontrados na casa dela — afirmou o delegado-titular da 16ª DP, Leandro Gontijo.

O que diz a defesa diz

Ubirajara da Motta Araújo, advogado de Lívia da Silva Moura, irmã do ex-jogador do Flamengo e do Grêmio, afirmou que sua cliente “foi vítima de um esquema” e que ela provaria isso. Motta Araújo disse que irá conversar com sua cliente. Até agora, ao menos 25 pessoas já registraram boletim de ocorrência contra a mulher. Eles alegam que ela vendeu ingressos falsos para o Rock in Rio.

— Eu não tive acesso aos altos. Estive em três delegacias e não consegui. Só na quinta, depois que eu tiver acesso, vamos discutir a questão da entrega à polícia. Ela está recolhida porque está muito abalada e chocada — diz o advogado, que completa: — Não é essa narrativa que a polícia está divulgando. Não é isso. Ela é pequena nesse esquema e foi usada por gente lá de dentro.

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