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Saiba quem é Joe Rogan, o homem de US$ 100 milhões do Spotify

Comediante, lutador e comentarista do UFC está no centro da discussão que envolve a plataforma de streaming sueca e o cantor e compositor Neil Young

Joe RoganJoe Rogan - Foto: Carmen Mandato / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP

O Spotify se viu no centro de uma polêmica nas últimas semanas: por manter na plataforma o podcast "The Joe Rogan Experience", que divulga informações falsas sobre a pandemia e sobre as vacinas, perdeu a adesão de Neil Young, que foi seguido por Joni Mitchell na decisão de tirar suas músicas das prateleiras digitais da empresa.

David Crosby, Graham Nash e Stephen Stills, velhos parceiros de Young, fizeram igual. Mas, afinal, quem é Joe Rogan, o responsável pelo tal podcast que está no centro da discussão?

Joseph James Rogan tem 54 anos e é de Newark, Nova Jersei. Alcançou certa fama como comediante de stand-up, tendo dois especiais do gênero no catálogo da Netflix, o "Joe Rogan: Strange Times", de 2018, e o "Joe Rogan: Triggered", lançado em2016.  Faixa-preta de jiu-jitsu e taekwondo, é comentarista de UFC desde 2002 e se diz "apaixonado pelas artes marciais" desde os 13 anos. Também na televisão, apresentou seis temporadas do reality show "Fear Factor", da NBC, de 2001 a 2006. Além dessas credenciais, se descreve em seu site oficial como um "aventureiro psicodélico".
 

Foi como podcaster, entretanto, que Rogan ganhou projeção mais robusta. Seu podcast, o "The Joe Rogan Experience", existe desde 2009 e já recebeu entre os convidados nomes como Jay Leno, Elon Musk, Macauley Culkin, Neil DeGrasse Tyson e Jordan Peterson, entre muitos outros. O programa tem um estilo descontraído, a conversa costuma fluir de maneira informal, com Rogan deixando os entrevistados bem à vontade em episódios que podem durar até três horas.

Desde 2020, "The Joe Rogan Experience" virou conteúdo exclusivo do Spotify, que teria pago cerca de US$ 100 milhões pela exclusividade, segundo o Wall Street Journal. Hoje, o podcast do comediante e lutador é o mais ouvido de toda a plataforma, atraindo cerca de 11 milhões de ouvintes por episódio.

A polêmica envolvendo Neil Young, que retirou suas músicas do Spotify após falas anti-vacina por parte de Rogan, fez a empresa sueca perder mais de US$ 2 bilhões em ação de mercado. Para reagir, Daniel Ek, CEO do Spotify, publicou um post no blog defendendo o compromisso da empresa com a liberdade de expressão e dizendo que “é importante para mim que não assumamos a posição de censor de conteúdo”, comprometendo-se a colocar avisos em episódios de podcast sobre a Covid-19 e direcionar os ouvintes para uma área com informações sobre saúde.

De acordo com informações do site The Verge, Ek teria dito em um discurso interno que a empresa com conteúdos com os quais seus funcionários não concordam e defendeu novamente a permanência do podcast na plataforma.

Nomes como o surfista Kelly Slater e o ator Dwayne "The Rock" Johnson saíram em defesa de Joe Rogan em meio à discussão. No Brasil, o podcaster recebeu o apoio do presidente Jair Bolsonaro, que disse, via Twitter, que as "pessoas devem ser livres para dizer o que quiserem". Além do conteúdo anti-vacina de seu podcast, Joe Rogan também acumula falas racistas, homofóbicas e transfóbicas, como na vez em que associou um bairro de pessoas negras ao filme "Planeta dos Macacos".

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