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SÃO JOÃO

São João: vereadores e classe artística discutem alternativa à suspensão da festa

Foi cobrado um posicionamento mais claro por parte da Prefeitura do Recife sobre uma data de realização do São João

Reunião pública emergencial para discutir a realização dos festejos juninosReunião pública emergencial para discutir a realização dos festejos juninos - Foto: Marconi Meireles/Folha de Pernambuco

A suspensão das festividades do São João foi discutida em uma reunião pública emergencial realizada na Câmara Municipal do Recife, na manhã desta quarta-feira (1°). Vereadores e representantes da classe artística estiveram presentes no encontro, que buscou apontar uma alternativa à decisão anunciada pelo prefeito João Campos na última segunda-feira (30).

Representado por Armando Dantas e Tereza Accioly, o movimento Somos Forró apresentou a proposta de que a festividades seja realizada com perfil solidário, arrecadando doações para as vítimas das chuvas no Recife. Ao mesmo tempo, a celebração garantiria o retorno financeiro aos artistas e demais profissionais envolvidos com o ciclo junino.

"Também estamos em luto há dois anos, com profissionais em situação de vulnerabilidade social, econômica e alimentar. Vi músicos venderem seus instrumentos para ter o que comer", apontou Armando Dantas, salientando os prejuízos financeiros acumulados pelo setor da cultura ao longo da pandemia de Covid-19
 

Tereza Accioly cobrou um posicionamento mais claro por parte da Prefeitura do Recife sobre uma data de realização do São João. "Foi falado em suspensão e não cancelamento. Mas o mesmo aconteceu com o Carnaval, que acabou não ocorrendo. Precisamos de uma resposta urgente, porque o que foi colocado até agora foi muito vago", disse.

A sugestão exposta pelo vereador Marco Aurélio Filho (PRTB), presidente da Comissão de Grandes Eventos do Recife, é de que o início da programação junina seja adiado para o dia 29 de junho, Dia de São Pedro, e se estenda por, pelo menos, 20 dias. 

“Estamos diante de uma cidade em estado de emergência. O decreto estadual deixa muito claro que, sendo assim, não pode nenhum evento ser financiado com dinheiro público. Espero que, quando passar essa situação, possamos iniciar o nosso ciclo junino. O Poder Legislativo Municipal não vai deixar que não tenha São João”, garantiu o parlamentar em seu discurso.  

Presidida pela vereadora Cida Pedrosa (PCdoB), a reunião contou ainda com falas de outros parlamentares, além de produtores e artistas, como Maciel Salú, Diego Cabral e Rogério Rangel. A presidente da Federação de Quadrilhas Juninas de Pernambuco, Michele Miguel, ressaltou que o impacto do cancelamento do São João não é sentido apenas pelos artistas. 

“A quadrilha junina tem toda uma cadeia produtiva, que envolve desde a senhora que faz tapioca para vender nos ensaios até nossas costureiras, aderecistas, músicos e tantos outros profissionais. Temos quadrilhas juninas que já gastaram mais de R$ 100 mil com esse São João. O que vamos dizer a elas?”, questionou. 

Ao final da reunião, ficou decidido que uma grupo formado por parlamentares e membros da classe artística deve se reunir, ainda nesta quarta-feira (1°), com os secretários estadual e municipal de cultura. 
 

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