Scooby teve infância em colégio católico antes de se dedicar ao surfe; veja trajetória do brother
Atleta começou no esporte no canto do Recreio, Zona Oeste do Rio: 'Sempre foi assim, tranquilão', diz primeiro professor de surfe
Pedro Scooby botou mais R$ 11 mil na conta. Na noite deste domingo (17), ele conquistou a 16ª prova de liderança do "BBB 22" e saiu na frente na reta final do programa, que ainda tem Arthur, DG, Paulo André, Eliezer e Gustavo como os últimos jogadores da casa.
A quantia enche ainda mais o bolso do atleta que construiu uma carreira sólida no surfe. Além da profissão no mar, Pedro Scooby ingressará no universo de NFTs após sua participação no "Big Brother Brasil 22", que tem o fim marcado para o dia 26 de abril. O surfista lançará uma coleção de ativos digitais que darão direito a diversas regalias aos compradores, como entrada permanente em festas e eventos organizados por ele, acesso a conversas por videoconferência e viagens com a sua companhia.
Está aí um mercado em expansão, e que tem movimentado milhões de dólares mundo afora ao aproximar fãs e ídolos. Até o fim de abril, por meio da plataforma Idol-NFT, Scooby colocará 30 mil ativos digitais à venda. Os valores de cada NFT variam de acordo com o benefício oferecido. Mas nenhum deles deve sair barato, levando-se em conta que 1 ether (segunda maior criptomoeda do mundo em valor de mercado) custa o equivalente a cerca de R$ 14 mil reais.
Será mais uma jogada (ou um drop) do surfista que foi ficando no "BBB 22" e, de jeito manso e extrovertido, virou um dos queridinhos desta edição do programa. Scooby criou uma forte amizade com Paulo André e Douglas Silva, e o trio protagonizou algumas das cenas mais cativantes do reality. Carioca nato, Scooby curte rap, samba, tem carreira de sucesso no esporte e muita história pra contar.
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Mas, afinal, quem é Pedro Scooby e como ele se tornou famoso?
Pedro Henrique Mota Vianna é cria do bairro da Curicica, Zona Oeste do Rio, onde nasceu em 1988. Estudou em um colégio católico tradicional na Barra da Tijuca até os 11 anos, idade em que começou a se dedicar ao surfe. O apelido "Scooby" foi dando por amigos de infância que o achavam parecido com o cachorro Sooby-doo, do desenho animado homônimo.
Seu primeiro contato com o surfe foi aos 5 anos, com o pai. Mas foi na escolinha do professor Marcelo Hiena, no canto do Recreio, que a coisa começou a tomar forma. Ao Globo, Hiena conta que Scooby sempre foi esse cara "tranquilão", desde pequeno, e que mostrou muito talento em cima da prancha desde o início:
"Ele era tranquilão, extrovertido, não mudou muito não, sempre foi um moleque alegre, amigo de todo mundo, um moleque bacana mesmo. O primeiro campeonato que fizemos na escolinha foi ele que ganhou, lembro que ele ficou muito feliz. Depois disso tomou gosto e começou a buscar outras competições. Scooby sempre foi muito educado, obediente, nunca deu trabalho, nem pra mim e nem para os pais dele. Ele merece tudo o que tem hoje, é um moleque do bem pra caramba", diz Hiena.
Scooby é considerado um "free surfer", ou seja, ele participa de eventos pontuais e não compete no circuito tradicional, como fazem outros nomes do esporte no Brasil, como Gabriel Medina e Ítalo Ferreira. Ele se consolidou como um dos maiores big riders (surfistas especializados em ondas gigantes) do mundo. Morando em Portugal, ele frequentemente dropa as famosas ondas de Nazaré, que passam de 20 metros de altura. Sua posição na prancha é goofy (pé direito na frente).
O brother conquistou seu primeiro patrocínio aos 15 anos, de uma marca californiana ligada ao universo do surfe. Aos 17, se tornou o primeiro atleta brasileiro deste esporte a ser patrocinado pela Nike. Hoje, aos 33 anos, ele recebe patrocínio de pelo menos cinco marcas: Red Bull, Bezel Blockchain, HB Brasil, Quiksilver e Ultimate Ears.
Leonino e vascaíno, o surfista foi casado com Luana Piovani de 2013 a 2019, mas o relacionamento começou mesmo em 2011. O casal teve três filhos: Dom, Ben e Liz. Scooby também já teve rolos com personalidades famosas como Anitta e Ísis Valverde, e hoje está casado a modelo Cíntia Dicker, com quem mora em Portugal.
Em entrevista à revista GQ, em 2019, Scooby revelou ter passado por momentos complicados na vida. "Tive uma vida difícil, meu pai foi preso quando eu ainda era moleque e, de repente, me vi como o homem da casa. Eu tinha tudo para dar errado, já perdi muito amigo assassinado, mas o surfe salvou a minha vida e passei a sustentar a minha família com o dinheiro que eu ganhava", disse ele à publicação.
Scooby também já foi inspiração para samba. Rogê e Arlindo Cruz compuseram "O surfista e o sambista" em homenagem ao atleta. A música está no disco "Herança popular", de Arlindo Cruz, lançado em 2014. Na faixa, Arlindo divide os vocais com o próprio Scooby.
Ainda em 2014, o surfista protagonizou a série documental "Pedro vai pro mar", do Canal OFF, que acompanhava sua rotina no esporte. Ele também foi tema da história em quadrinhos "De volta à rotina", criada pelo jornalista Matias Maxx e pelo cartunista Daniel Juca, produzida pela Nike.
O "Big Brother Brasil" não foi o primeiro reality show do qual Pedro Scooby participou. Em 2017, ele integrou o elenco do "Exathlon Brasil", apresentado pela Band em 2017. O programa consistia em testar habilidades de sobrevivência de famosos e anônimos em uma praia deserta. Scooby chegou na final do reality, perdendo o prêmio de R$ 350 mil para o patinador artístico Marcel Stürmer.