Secretários de Cultura falam que negligência da gestão Bolsonaro levou a incêndio na Cinemateca
Faz um ano que a Cinemateca foi fechada pelo governo federal
Nota elaborada pelo fórum que reúne os secretários estaduais de Cultura do país aponta o descaso na gestão da Cinemateca Brasileira por parte do governo Jair Bolsonaro como fator determinante para o incêndio que atingiu galpão da instituição na Vila Leopoldina, na zona oeste de São Paulo, na quinta-feira (29).
O texto do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura diz que o episódio "que destruiu parte da memória do cinema brasileiro tem contornos claros de desídia institucional, nos levando a concluir que tenha sido consequência de sucessivas descontinuidades nos contratos de gestão e investimentos no espaço."
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Os secretários pedem a elaboração urgente de um plano de ação conjunto "para a salvaguarda do acervo que compõe a Cinemateca Brasileira." "Aguardamos com firmeza e crença resiliente no compromisso dos órgãos gestores, a divulgação de uma pauta de investimentos e ações radical e emergencial, no sentido da conservação dos equipamentos públicos de cultura e seus acervos, bem como no fortalecimento das políticas culturais do governo federal", conclui a nota.
Faz um ano que a Cinemateca foi fechada pelo governo federal. Segundo os relatos sobre o incêndio até o momento, o fogo teria consumido toneladas de documentos que remontam a história das políticas públicas do cinema brasileiro, desde o Instituto Nacional do Cinema, criado nos anos 1960, até a atual Secretaria Nacional do Audiovisual, passando pelo Conselho Nacional de Cinema e por parte da história da Embrafilme.
Veja a íntegra da nota dos secretários abaixo.
"O Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura vem, por meio desta nota, reforçar seu inarredável e permanente compromisso com a preservação e valorização da cultura brasileira e lamentar profundamente o incêndio em um dos galpões da Cinemateca Brasileira, ocorrido no último dia 29 de julho.
O triste episódio que destruiu parte da memória do cinema brasileiro tem contornos claros de desídia institucional, nos levando a concluir que tenha sido consequência de sucessivas descontinuidades nos contratos de gestão e investimentos no espaço. Com um acervo sensível e de enorme importância para a memória do nosso país, é urgente que se apresente um plano de ação conjunto para a salvaguarda do acervo que compõe a Cinemateca Brasileira.
Reforçamos a disposição deste colegiado em contribuir e dialogar, a fim de evitar que tragédias como essa voltem a ocorrer. Aguardamos com firmeza e crença resiliente no compromisso dos órgãos gestores, a divulgação de uma pauta de investimentos e ações radical e emergencial, no sentido da conservação dos equipamentos públicos de cultura e seus acervos, bem como no fortalecimento das políticas culturais do Governo Federal."