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Literatura

Segundo pesquisa nacional, 52% dos recifenses são leitores

Levantamento mostra que a maiorias dos leitores do Recife é formada por mulheres, pessoas com mais de 40 anos e pertencentes à Classe C

Recife fica atrás de outras capitais nordestinas em número de leitoresRecife fica atrás de outras capitais nordestinas em número de leitores - Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco

Dados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizado pelo Instituto Pró-Livro e Itaú Cultural, mostram que o País perdeu 4,6 milhões de leitores nos últimos quatro anos. Lançada detalhadamente na última segunda-feira, a quinta edição do levantamento traz pela primeira vez informações específicas sobre o hábito da leitura nas capitais, incluindo o Recife.

De acordo com a pesquisa, 52% dos moradores da Capital pernambucana são identificados como leitores, o que corresponde a 803 mil pessoas. O resultado leva em consideração quem leu pelo menos um livro - inteiro ou em partes - nos três meses anteriores à entrevista, feita em 2019.

O Recife fica atrás de outras capitais nordestinas, como João Pessoa (64%), São Luiz (59%), Teresina (59%), Aracaju (58%), Salvador (57%) e Fortaleza (54%), superando apenas Natal (48%) e Maceió (37%). Na região como um todo, a média é de 48%.

Ainda no que diz respeito ao Recife, a pesquisa revela que a maior parte dos leitores é formada por mulheres (51%), pessoas com mais de 40 anos (42%), pertencentes à Classe C (48%). A principal motivação para a leitura é o gosto (23%), seguido de crescimento pessoal (18%) e atualização cultural ou conhecimento geral (18%).

Entre os 350 entrevistados no município, a média de livros lidos ao longo de um ano é de 4,88. Os fatores que mais influenciam na hora de escolher um livro são o tema (34%), dicas de professores (13%) e os títulos dos livros (10%). A maior parte dos entrevistados afirma que começou a se interessar por literatura por causa de filmes baseados em livros ou histórias de autores (50%).

A quantidade de compradores de livros, segundo o levantamento, é baixa. Entre aqueles definidos como leitores, apenas 24% diz ter comprado um livros - físico ou digital - nos últimos três meses. As livrarias físicas ainda são os locais de compra mais comuns, apontadas por 38% dos entrevistados. Os dados informam ainda que 19% leram algum livro digital e outros 19% já ouviram audiolivros.

A falta de tempo foi o motivo para não ter lido mais livros nos últimos três meses apresentado por 51% dos entrevistados. Outras razões citadas foram a falta de paciência para a leitura (17%) e o cansaço (14%). A falta de paciência também foi apontada como principal dificuldade para ler (34%). A pesquisa revela também que 66% dos recifenses não frequentam bibliotecas e que só 12% foram a algum evento literário, como bienais e feiras de livro, nos últimos 12 meses.

Políticas públicas

Os resultados demonstrados pela pesquisa Retratos da Leitura reforçam a percepção de que existe um déficit na formação de leitores em todo o território nacional. Uma das ferramentas para reverter esse quadro localmente é o Plano Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (PELLLB), que entrou em vigor no início de agosto, após aprovação na Assembleia Legislativa de Pernambuco.

O plano lista uma série de objetivos. Alguns exemplos, voltados para o estímulo da leitura,  são a fomentação de atividades de leitura em equipamentos culturais geridos pelo Governo Estadual, a criação de bibliotecas móveis e a capacitação de mediadores de leitura.

Segundo Roberto Azoubel, coordenador de Literatura da Secretaria de Cultura de Pernambuco, a existência do plano cria uma estabilidade nas políticas públicas desenvolvidas para o setor. “Isso acaba refletindo não só na formação de um público leitor, mas também em todas as demandas envolvendo o segmento dos livros”, defende.

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